quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A. Jaime: ‘Angola está a criar um novo modelo de organização e gestão da economia’

 

O País
 
‘O modelo que servia o fundamentalismo do mercado não nos serve’, declarou o presidente do subcomité LIDE Economia de Angola, Aguinaldo Jaime. ‘Angola está a criar um novo modelo de organização e gestão da economia, seguindo mais o paradigma de alguns países da Ásia, onde o Estado e o investimento público são o motor da economia’.
 
O responsável interveio na conferência ‘A crise europeia e suas saídas – Soluções para Portugal’, no âmbito do I Fórum Empresarial do Algarve, organizado pelo LIDE Portugal (Grupo de Líderes Empresariais) de 28 a 30 de Setembro no Hotel Tivoli Victoria, em Vilamoura. Falando sobre a visão da crise em Angola, Aguinaldo Jaime salientou que o país olha para o que se passa com especial atenção, pois ‘queremos evitar os problemas que a Europa está a passar’. Assim, aposta na regulação e supervisão do sistema financeiro, bancário e segurador mas, para financiar a economia, destacou o responsável, ‘é preciso mobilizar a poupança, África tem uma taxa de poupança de cerca de 20%, enquanto na Ásia chega aos 35%’.
 
Aguinaldo Jaime salientou ainda que ‘a economia ressentiu-se da crise na Europa e que a solução para Angola é a diversificação dos sectores produtivos” e frisou: ‘as empresas portuguesas e brasileiras são muito bem-vindas para contribuírem para este processo de reconstrução’, apelando a uma plateia de cerca de 300 líderes empresariais e governamentais de Portugal, Brasil, Angola e Moçambique.
 
Painel monetário mundial
 
Na mesma conferência, o presidente do subcomité LIDE Economia do Brasil defendeu que um ‘painel monetário mundial deve discutir a solução para a crise até 2014”.
 
Paulo Rabello de Castro considera que “a Europa não pode colocar apenas nos seus consumidores os custos dos erros das suas elites’. O economista brasileiro salientou que para encontrar uma solução para esta ‘bela enrascada’ em que o mundo se encontra ‘é preciso coordenar Europa, Estados Unidos e colocar também os países emergentes na questão, como os BRICS, como a China, a Índia e o Brasil, mas também os Next-11, como o México’.
 
No I Fórum Empresarial do Algarve, Paulo Rabello de Castro considerou ainda que, nos vários países em que o LIDE está presente, ‘deve mobilizar a sociedade para presentar soluções aos governos. Cada vez mais as soluções estão nas sociedades e não nos governos’.
 

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