O País
‘O modelo que
servia o fundamentalismo do mercado não nos serve’, declarou o presidente do
subcomité LIDE Economia de Angola, Aguinaldo Jaime. ‘Angola está a criar um
novo modelo de organização e gestão da economia, seguindo mais o paradigma de
alguns países da Ásia, onde o Estado e o investimento público são o motor da
economia’.
O responsável
interveio na conferência ‘A crise europeia e suas saídas – Soluções para
Portugal’, no âmbito do I Fórum Empresarial do Algarve, organizado pelo LIDE
Portugal (Grupo de Líderes Empresariais) de 28 a 30 de Setembro no Hotel Tivoli
Victoria, em Vilamoura. Falando sobre a visão da crise em Angola, Aguinaldo
Jaime salientou que o país olha para o que se passa com especial atenção, pois
‘queremos evitar os problemas que a Europa está a passar’. Assim, aposta na
regulação e supervisão do sistema financeiro, bancário e segurador mas, para
financiar a economia, destacou o responsável, ‘é preciso mobilizar a poupança,
África tem uma taxa de poupança de cerca de 20%, enquanto na Ásia chega aos
35%’.
Aguinaldo Jaime
salientou ainda que ‘a economia ressentiu-se da crise na Europa e que a solução
para Angola é a diversificação dos sectores produtivos” e frisou: ‘as empresas
portuguesas e brasileiras são muito bem-vindas para contribuírem para este
processo de reconstrução’, apelando a uma plateia de cerca de 300 líderes
empresariais e governamentais de Portugal, Brasil, Angola e Moçambique.
Painel monetário
mundial
Na mesma
conferência, o presidente do subcomité LIDE Economia do Brasil defendeu que um
‘painel monetário mundial deve discutir a solução para a crise até 2014”.
Paulo Rabello de
Castro considera que “a Europa não pode colocar apenas nos seus consumidores os
custos dos erros das suas elites’. O economista brasileiro salientou que para
encontrar uma solução para esta ‘bela enrascada’ em que o mundo se encontra ‘é
preciso coordenar Europa, Estados Unidos e colocar também os países emergentes
na questão, como os BRICS, como a China, a Índia e o Brasil, mas também os
Next-11, como o México’.
No I Fórum
Empresarial do Algarve, Paulo Rabello de Castro considerou ainda que, nos
vários países em que o LIDE está presente, ‘deve mobilizar a sociedade para
presentar soluções aos governos. Cada vez mais as soluções estão nas sociedades
e não nos governos’.
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