quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Brasil: 208 MILHÕES DE ALMAS, CRIMINOSOS REINVENTAM-SE, MAIS 22 BILHÕES

 


População brasileira chegará a 208 milhões em 2030
 
Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil
 
Rio de Janeiro – A população brasileira chegará a 208 milhões em 2030, segundo cálculo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea). A previsão está do boletim Tendências Demográficas Apontadas pela Pnad 2011, divulgado hoje (11).
 
Com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil atingirá a maior população em 2030, quando a força de trabalho deve chegar a 156 milhões de pessoas. Hoje, os brasileiros somam 190 milhões.
 
No anos seguintes, é esperada uma queda progressiva do número de brasileiros, que somarão 205,6 milhões em 2040. Neste ano, 152 milhões serão trabalhadores.
 
A pesquisadora Ana Amélia Camarano explica que o resultado reflete o envelhecimento da população e a taxa de fecundidade nas últimas décadas, que começou a cair na década de 1990. Em 1950, a taxa era de 6,2 filhos. Hoje, o número de filhos por mulher é 1,7.
 
“Nossa projeção vem caindo e, entre 2030 e 2040, deve se aproximar da taxa do Japão, que é um filho por mulher, abaixo do nível de reposição da população”, afirmou Ana Amélia. Segundo ela, o fecundidade tem espaço para cair entre as mulheres pobres e nas regiões no Norte e Nordeste, onde o número de filhos está em torno de dois.
 
Edição Beto Coura
 
Milícias mudam de estratégia para não chamar atenção, mostra estudo da Uerj
 
Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil
 
Rio de Janeiro – Os grupos de milicianos estão reinventando o modo de agir para não chamar a atenção do Estado e poder continuar a operar negócios criminosos altamente lucrativos. A conclusão é parte do estudo No Sapatinho – Evolução das Milícias no Rio de Janeiro (2008-2011), lançado ontem (10) à noite na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).
 
A pesquisa coordenada por Ignacio Cano e Thais Duarte, do Laboratório de Análise da Violência (LAV-Uerj), teve o patrocínio da Fundação Heinrich Böll, da Alemanha. O resultado foi transformado em um livro de 150 páginas, com textos sobre a origem das milícias no Rio, depoimentos, gráficos, tabelas e mapas que traduzem a atuação desses grupos armados no estado, principalmente na região metropolitana.
 
Cano explicou que as milícias foram enfraquecidas pela ação do Estado e por problemas internos de disputas, mas continuam operando nos mesmos territórios que tinham há quatro anos, só que de forma menos ostensiva.

“O esforço do Estado foi muito importante para cortar o avanço desses grupos e sua expansão, mas não conseguiu erradicar o problema. A nova milícia é muito mais discreta que a antiga. Não tem mais 50 homens armados andando por aí, não marcam mais as casas, mas é igualmente violenta e intimidadora. É um fenômeno mais sutil, eles não se candidatam na proporção que faziam antes aos cargos públicos, mas o terror e a extorsão continuam da mesma forma”, apontou o pesquisador.
 
Ele destacou que as evidências mostram que os grupos milicianos têm menos força do que antes, controlam menos atividades econômicas, mas continuam matando com frequência. Só que de forma dissimulada, para não chamar a atenção. Se anteriormente fazia questão de matar desafetos à luz do dia, como exemplo, agora a tendência é assassinar as vítimas e fazer desaparecer seus corpos.
 
Os pesquisadores constataram, observando as estatísticas oficiais, que há um aumento no número de desaparecidos, ao mesmo tempo em que se observa um declínio no de mortes violentas, em áreas de milícia.

“Há muitos assassinatos, torturas e o clima de terror nas comunidades é ainda mais alto do que anos atrás. É um sinal de alarme comprovar que a razão entre mortes violentas e desaparecidos aumenta justamente nas áreas onde a milícia atua. É um sinal sobre a possibilidade de que as milícias estejam desaparecendo com os corpos das vítimas em vez de matá-las publicamente.”
 
O pesquisador destacou que o apogeu de expansão das milícias foi o período 2006-2007 e que, atualmente, a repressão do Estado, inclusive com a prisão dos principais líderes, mudou sua forma de agir. “Em 2008, começou a repressão a elas e hoje em dia são muito mais tímidas em sua exposição pública. Estão se afastando do modelo do tráfico, de controle de entrada e saída [do território], de ter alguém sempre presente e indo mais na direção de grupos de extermínio ou da máfia, de forma mais sigilosa, para manter os lucros, com uma exposição menor. Os grupos não estão mais se exibindo, como eles faziam antes. Hoje, a investigação ficou mais complicada, justamente em função da discrição dessas milícias.”
 
Cano alerta que ao mesmo tempo em que há certa diminuição do poder miliciano no Rio, em outras partes do país novos grupos estão se organizando, nos mesmos moldes. São igualmente formados por militares, ex-militares e policiais que oferecem serviços de combate ao crime, aliados à exploração clandestina de produtos e serviços, incluindo a venda de botijões de gás, comercialização de sinal de televisão a cabo e o transporte de vans.
 
“Temos informações de outros estados de que fenômenos semelhantes estão começando a ocorrer. Então, o Brasil como um todo tem que começar a olhar para este problema, porque daqui a pouco não será exclusivo do Rio de Janeiro. Milícia é um negócio, você tem que conseguir pegar o dinheiro ou, pelo menos, aumentar os custos desse negócio. Prender pessoas é importante mas, em sua grande maioria, são descartáveis e acabam substituídas. Atacar o coração do negócio é essencial para poder desarticular esses grupos.”
 
Edição: Graça Adjuto
 
Orçamento de 2013 pode ter mais R$ 22 bilhões em receitas, diz relator
 
Kelly Oliveira - Repórter da Agência Brasil
 
Brasília – O Orçamento do próximo ano pode ter as receitas revistas em mais R$ 22 bilhões. Esse recurso extra foi estimado pelo relator de Receitas da proposta orçamentária de 2013, deputado Claudio Puty (PT-PA), que participou hoje (11) de reunião com a ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior. A receita prevista pelo governo para 2013 é R$ 1,03 trilhão.
 
Segundo Puty, o recurso adicional poderá vir da maior arrecadação do Imposto de Renda (IR) de empresas e pessoas físicas e do aumento de receitas previdenciárias. O deputado disse que o aumento da arrecadação do IR tem relação direta com o comportamento da economia, que deve apresentar maior crescimento em 2013.
 
No caso das receitas previdenciárias, ele destacou que o crescimento vem da maior formalização do mercado de trabalho. “A receita previdenciária tem uma relação com a economia, mas não tem sido tão cíclica. Tem uma relação com o mercado de trabalho, que tem surpreendido com grau de formalização”, disse. Puty acrescentou que deve apresentar relatório definitivo sobre as receitas em 31 de outubro, um dia depois de audiência pública com a ministra Miriam Belchior.
 
O presidente da Comissão Mista de Orçamento, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), destacou que o aumento na estimativa de receitas para o próximo ano é importante para garantir recursos para “temas que o Congresso inclui tradicionalmente no Orçamento”. Ele citou a necessidade de recursos para as emendas e para ressarcimento a estados exportadores que perderam receitas com a Lei Kandir.
 
O senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator-geral da proposta orçamentária de 2013, destacou que é preciso investir com responsabilidade, em um momento de crise econômica externa. “Estamos vivendo um momento de dificuldades na economia, de queda na arrecadação do governo. Portanto, temos que fazer um Orçamento com responsabilidade fiscal”, disse.
 
Edição: Juliana Andrade
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
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