quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Exploração sexual é destino mais comum das vítimas brasileiras de tráfico humano

 


Diagnóstico preliminar feito pelo Ministério da Justiça e Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc) ainda revela relação entre o crime e o trabalho escravo. Em seis anos foram 135 casos.
 
Daniele Silveira, da Radioagência NPBrasil de Fato
 
No Brasil, durante o período de 2005 a 2011, quase 500 pessoas foram vítimas do tráfico humano. Do total de casos registrados nesses seis anos, mais de 70% deles estão ligados à exploração sexual (337 casos). Os dados fazem parte do diagnóstico preliminar sobre o tráfico de pessoas no Brasil, divulgado na última terça-feira (16), pelo Ministério da Justiça e pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc).
 
Ainda de acordo com os registros, 135 casos estavam relacionados ao trabalho escravo. Apesar dos números revelados pelo documento, o secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, reconhece que o registro no país ainda é deficiente.
 
A Integrante da Associação Juízes para a Democracia, Dora Martins, fala do perfil das pessoas que estão mais vulneráveis ao crime. “As vítimas são, na maioria, mulheres e adolescentes usadas para exploração sexual. E, há um odioso índice de crianças traficadas para outros fins e para a chamada adoção ilegal, que nada tem de adoção, senão de comércio de um ser humano frágil e indefeso para atender a desejos escusos”, afirma.
 
As mulheres com idade entre 10 e 19 anos, baixo nível de escolaridade e solteiras são as mais vulneráveis, segundo o Ministério da Saúde. O levantamento aponta também que a maioria dos casos aconteceu nos estados de Pernambuco, Bahia e Mato Grosso do Sul. Os países europeus são os destinos mais comuns das vítimas brasileiras, como Holanda, Suíça e Espanha.
 
Em agosto, Unodc já alertava que o tráfico de pessoas gera lucros de US$ 32 bilhões por ano e faz 2,5 milhões de vítimas. A pesquisa ainda revelou que o crime é o terceiro mais rentável, superado apenas pelo tráfico de drogas e produtos falsificados.
 

Sem comentários:

Mais lidas da semana