Diagnóstico
preliminar feito pelo Ministério da Justiça e Escritório das Nações Unidas
sobre Drogas e Crime (Unodc) ainda revela relação entre o crime e o trabalho
escravo. Em seis anos foram 135 casos.
Daniele Silveira, da
Radioagência NP
– Brasil de Fato
No Brasil, durante
o período de 2005 a 2011, quase 500 pessoas foram vítimas do tráfico humano. Do
total de casos registrados nesses seis anos, mais de 70% deles estão ligados à
exploração sexual (337 casos). Os dados fazem parte do diagnóstico preliminar sobre
o tráfico de pessoas no Brasil, divulgado na última terça-feira (16), pelo
Ministério da Justiça e pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime
(Unodc).
Ainda de acordo com
os registros, 135 casos estavam relacionados ao trabalho escravo. Apesar dos
números revelados pelo documento, o secretário nacional de Justiça, Paulo
Abrão, reconhece que o registro no país ainda é deficiente.
A Integrante da
Associação Juízes para a Democracia, Dora Martins, fala do perfil das pessoas
que estão mais vulneráveis ao crime. “As vítimas são, na maioria, mulheres e
adolescentes usadas para exploração sexual. E, há um odioso índice de crianças
traficadas para outros fins e para a chamada adoção ilegal, que nada tem de
adoção, senão de comércio de um ser humano frágil e indefeso para atender a
desejos escusos”, afirma.
As mulheres com
idade entre 10 e 19 anos, baixo nível de escolaridade e solteiras são as mais
vulneráveis, segundo o Ministério da Saúde. O levantamento aponta também que a
maioria dos casos aconteceu nos estados de Pernambuco, Bahia e Mato Grosso do
Sul. Os países europeus são os destinos mais comuns das vítimas brasileiras,
como Holanda, Suíça e Espanha.
Em agosto, Unodc já
alertava que o tráfico de pessoas gera lucros de US$ 32 bilhões por ano e faz
2,5 milhões de vítimas. A pesquisa ainda revelou que o crime é o terceiro mais
rentável, superado apenas pelo tráfico de drogas e produtos falsificados.
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