FP – VM – Lusa, com
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Bissau, 22 out
(Lusa) - A capital da Guiné-Bissau está hoje tranquila e sem a presença de
militares nas ruas, um dia depois de um incidente num quartel de forças
especiais (para-comandos) do qual resultaram seis mortos.
O caso deu-se na
manhã de domingo, perto do aeroporto, e levou a que militares tivessem
encerrado algumas vias por um curto período. Hoje não é visível qualquer
reforço de segurança em Bissau, nem sequer em locais como a Presidência da
República.
Segundo a versão
oficial, do Governo de transição, um grupo de homens tentou apoderar-se do
quartel dos para-comandos e foi impedido. Seis dos assaltantes morreram e dois
foram capturados, registando-se ainda um ferido entre os para-comandos.
Fernando Vaz,
porta-voz do Governo de transição, num comunicado lido na tarde de domingo,
disse que se tratou de "uma ação concertada entre elementos recrutados na
zona de Casamança e comandados pelo capitão Pansau N'Tchama, ex-guarda costas
do almirante Zamora Induta, este ex-Chefe do Estado Maior das Forças Armadas
durante o governo de Carlos Gomes Júnior, que, segundo informações disponíveis,
se encontrava em Portugal com o estatuto de exilado político".
Tratou-se, de
acordo com o responsável, de "uma tentativa de desestabilização política e
militar da Guiné-Bissau" e de "uma tentativa de promoção da
instabilidade da situação política atual".
"Neste
sentido, e daquilo que tem sido tónica do discurso da CPLP (Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa), de Portugal e de Carlos Gomes Júnior, esta ação
insere-se na estratégia de fazer voltar Carlos Gomes Júnior, custe as vidas que
custarem à Guiné-Bissau", disse Fernando Vaz.
No entanto,
acrescentou, as forças de defesa e segurança "puseram cobro a esta ação
premeditada de desestabilização da ordem legal, tendo como objetivo principal
criar um facto político para forçar uma intervenção armada internacional na
Guiné-Bissau".
Pansau N´Tchama
terá sido o líder do comando que matou em 2009 o então Presidente do país, João
Bernardo “Nino” Vieira. Não há até agora mais informações sobre o paradeiro
deste militar ou de outros, como também não foram fornecidas informações
adicionais sobre o incidente de domingo.
Fernando Vaz é o
porta-voz do Governo de transição, o executivo que gere os destinos do país na
sequência do golpe de Estado de 12 de abril passado, que tirou do poder Carlos
Gomes Júnior, primeiro-ministro eleito nas eleições legislativas de 2008.
Estão previstas
eleições gerais em abril do próximo ano.
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