Remodelação
governamental em Moçambique "é farinha do mesmo saco" - Renamo
09 de Outubro de
2012, 15:17
Maputo, 09 out
(Lusa) - A Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), principal partido da
oposição, desvalorizou hoje a remodelação governamental encetada pelo chefe de
Estado, considerando que "o que está errado é a máquina do partido no
poder e não as pessoas".
O Presidente
moçambicano, Armando Guebuza, que é também chefe do Governo, exonerou na
segunda-feira o primeiro-ministro, Aires Ali, nomeando para o seu lugar o
governador da província de Tete, centro do país, Alberto Vaquina.
As mudanças no
governo envolveram ainda a exoneração de quatro ministros, mais dois
governadores e um vice-ministro e a designação de outros tantos titulares das
pastas que sofreram mexidas.
Reagindo à Lusa
sobre a remodelação, o porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga minimizou as
alterações, observando que "o que está errado é a máquina do partido no
poder e não as pessoas".
"Não vai mudar
nada, é tudo farinha do mesmo saco, ali (na Frelimo), os interesses do partido
sobrepõem-se à competência das pessoas", sublinhou Fernando Mazanga.
Para Fernando
Mazanga, as mudanças no Governo refletem a vaidade de Armando Guebuza, pois
elas acontecem depois de ter sido reeleito com cerca de 100 por cento dos votos
no X Congresso da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), para mais um
mandato de cinco anos.
"Ele (Armando
Guebuza) quer mostrar que tem poder e estas mudanças podem ser parte de
manobras para influenciar o processo de escolha do seu sucessor. Não é por
acaso que tirou do Governo um primeiro-ministro tido como presidenciável e
meteu ministros que entraram para a Comissão Política no Congresso de
Pemba", realçou Fernando Mazanga.
PMA //JMR.
Uso de medicamentos
tradicionais aumenta complicações de partos no centro de Moçambique
09 de Outubro de
2012, 16:04
Chimoio,
Moçambique, 09 out (Lusa) - O aumento de casos de partos complicados, devido ao
uso de medicamentos tradicionais, está a preocupar as autoridades do principal
hospital de Manica, no centro de Moçambique, disse hoje à Lusa fonte oficial.
Adriano Guirrugo,
ginecologista obstétrico do Hospital Provincial de Chimoio (HPC), disse haver
uma tendência de aumento de casos de partos complicados, originados pela
ingestão de drogas tradicionais, que chegam a elevar a tensão arterial e
convulsões antes do parto e à rotura de úteros e patologias graves.
"As
complicações, no anteparto, que mais ocorrem são a hemorragia, descolamento da
placenta, rotura uterina, devido ao arrastamento do parto, que não ocorre no
hospital por várias razões, e ao uso de medicamentos tradicionais para
potenciar o parto", disse Adriano Guirrugo, sem indicar números.
Outra situação,
referiu, é o aborto, sobretudo induzido por meios ilícitos, que termina também
com grandes complicações como hemorragias e é, muitas vezes, difícil de tratar
e "leva muitas jovens e mulheres à morte".
"Temos
registado muitos casos em que a pessoa vem em estado grave e, quando
perguntamos, dizem que tomaram medicamentos tradicionais", disse Guirrugo.
Na semana passada,
pelo menos cinco casos de complicações de parto deram entrada na maior unidade
de referência na província de Manica. Outros foram transferidos para o Hospital
Central da Beira (HPC), a referência regional do centro do país.
"Há casos de
elevação arterial durante o parto, o que leva a um quadro grave, associado às
convulsões, que não tem nada a ver com a malária", afetando muitos órgãos
vitais como cérebro, fígado e rins e muitas vezes levando à morte, disse
Guirrugo.
Ainda segundo a
mesma fonte, em muitos destes casos, um dos maiores constrangimentos é a
carência de medicamentos para tratar as patologias, sobretudo os antibióticos.
As autoridades de
saúde têm desenvolvido palestras educativas nas unidades sanitárias para desencorajar
o uso de medicamentos tradicionais, sobretudo nas vésperas do parto, e proibir
as gestantes de entrar com líquidos estranhos nas maternidades, mas há
resistência devido às crenças locais.
AYAC // HB.
Frelimo, Renamo e
MDM protagonizam momento inédito de unidade contra município moçambicano de
Nacala
10 de Outubro de
2012, 09:05
Maputo, 10 out
(Lusa) - A Frelimo, partido no poder em Moçambique, Renamo, principal força da
oposição, e MDM, terceiro maior partido do país, protagonizaram um raro momento
de unanimidade, denunciando a confiscação dos seus terrenos pelo município de
Nacala, no norte.
Segundo o canal
privado STV, os três partidos acusam o governo do município de Nacala, que tem
como presidente Chale Ossufo, da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique),
de ter ilegalmente concedido os seus terrenos à comunidade islâmica local, para
a construção de uma mesquita.
Os terrenos haviam
sido atribuídos no Bairro de Triângulo, arredores do município de Nacala, à
Frelimo, Renamo (Resistência Nacional de Moçambique) e ao MDM (Movimento
Democrático de Moçambique).
A secretária da Frelimo
no Bairro de Triângulo, Lídia Capite, e os delegados da Renamo e do MDM na
zona, António Guigone e Cândido Gonçalves, respetivamente, acusaram o município
de Nacala de ter agido sem o consentimento dos três partidos e exigiram a
devolução dos terrenos.
Os três partidos
exigem ainda do município que a zona passe a ser designada por Praça da Paz em
alusão ao facto de a atuação da edilidade ter logrado o feito inusitado de
gerar unanimidade entre os três partidos.
O vereador para a
Economia e Desenvolvimento do Município de Nacala, Manuel Ismael, negou as
acusações dos três partidos, afirmando que a construção da mesquita foi
embargada porque a lei proíbe a edificação deste tipo de empreendimentos.
PMA // VM.
*O título nos
Compactos de Notícias são de autoria PG
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