Vladimir Platonow -
Repórter da Agência Brasil, com foto
Rio de Janeiro – A
ocupação, por cerca de 1.300 homens das forças de segurança, dos conjuntos de
favelas do Jacarezinho, de Manguinhos, Mandela e Varginha foi bem recebida
pelos moradores, que pedem melhorias sociais para as comunidades,
principalmente habitação e saneamento. Embora o receio de falar com a imprensa
ainda perdure, aos poucos as pessoas vão dizendo o que pensam da presença dos
policiais, com o objetivo de instalar a 29ª Unidade de Polícia Pacificadora
(UPP).
“Eu levanto as mãos
aos céus. Criei os meus três filhos aqui em Manguinhos. Isso era muito ruim.
Agora acho que vai melhorar”, disse a moradora, que trabalha como acompanhante
de idosos e se identificou apenas como Maria, enquanto passava em frente aos
blindados dos fuzileiros navais usados na operação.
Para a auxiliar de
serviços comunitários Rosângela França, que trabalha na limpeza urbana em
Manguinhos, não basta só a presença da polícia. “Não é só isso. É preciso
urbanizar para as crianças poderem brincar. Aqui tem três campos de futebol,
mas quando chove alaga tudo”, disse ela. A cozinheira Rosilda Oliveira Machado
também pede melhorias: “Tem que ter gente do serviço social para nos ajudar
depois. Senão vai continuar a mesma coisa”.
Nas comunidades de
Manguinhos, Jacarezinho, Mandela e Varginha, ocupadas hoje (14) pelas forças de
segurança, é comum ver quantidades enormes de lixo espalhadas pelas áreas
livres, onde se cria galinhas e porcos junto aos detritos, em meio à lama e ao
esgoto que transborda pelas vielas. Sem alternativas, o espaço acaba sendo o
único local para as crianças brincarem, o que provoca inúmeras doenças
infecciosas, principalmente de pele e do sistema digestivo.
Segundo números
divulgados pela prefeitura do Rio, Manguinhos e Jacarezinho estão nas últimas
posições no ranking dos bairros da cidade, tomando por base o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH). De um total de 126 bairros, Jacarezinho está em
121º e Manguinhos em 122º.
Edição: Graça Adjuto
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