sábado, 13 de outubro de 2012

Portugal: AUDIS E ASSESSORES

 


Henrique Monteiro – Expresso, opinião, em Blogues
 
O Grupo Parlamentar do PS arranjou uns carros novos (um Audi A5 e quatro VW Passat) e isso tornou-se um escândalo nacional. O ex-ministro Bagão Félix disse, a quem o quis ouvir, que conhece diretores-gerais que apenas sabem assuntos da sua responsabilidade pelos jornais, e nada se passou.
 
E se recentrássemos a discussão no essencial?
 
Pode o Grupo Parlamentar do PS viver com carros mais baratos? Claro que sim. E deve! É o assunto importante? Pouco; o alarido deve-se à exagerada dose de demagogia que por aí vai.
 
Pode um diretor-geral ser preterido nas decisões do Estado? Não! É um escândalo que pagamos caríssimo! O Estado tem cada vez mais nos seus quadros especialistas a que os governos não ligam, porque os governos nomeiam e contratam cada vez mais pessoas fora do Estado para desempenhar papeís que cumpririam à administração. E assim pagamos duas vezes: aos servidores públicos de carreira, e às centenas de consultores e "especialistas" contratados na privada.
 
Por mim, os grupos parlamentares e os ministros podem continuar a ter BMWs, Audis, Mercedes ou o que quiserem, desde que se disponham a acabar com a duplicação do Estado. Não é normal cada ministro ter uma dezena de pessoas a assessorá-lo quandos os ministérios estão cheios de técnicos superiores; não é normal os serviços estatais serem duplicados por institutos públicos, semi-públicos e autárquicos. E não é normal que quase ninguém se mostre indignado por causa disto.
 

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