terça-feira, 30 de outubro de 2012

Portugal - Fernando Ulrich: "O país aguenta mais austeridade?...ai aguenta, aguenta!"

 
 
i online - Lusa
 
O presidente executivo do BPI, Fernando Ulrich, afirmou hoje que o país tem de aguentar mais austeridade e mostrou-se "chocado" com "pessoas com responsabilidade" que querem levar Portugal para a situação da Grécia.
 
Fernando Ulrich, que falava na conferência III Fórum Fiscalidade 'Orçamento do Estado 2013', perguntou retoricamente se o país aguenta mais austeridade e a resposta foi "ai aguenta, aguenta!".
 
"Não gostamos, mas [Portugal] aguenta, e choca-me como há tanta gente tão empenhada, normalmente com ignorância com o que está a dizer ou das consequências das recomendações que faz, a querer nos empurrar para a situação da Grécia", disse o banqueiro.
 
Seguindo o mesmo raciocínio, Fernando Ulrich acrescentou que fica "absolutamente boquiaberto" perante pessoas com tanta responsabilidade, "raramente da maioria ou no poder", que fazem recomendações e considerações que "terão como consequência levar Portugal, num tempo relativamente curto, para a situação da Grécia".
 
O presidente executivo do BPI deu assim exemplos da situação da Grécia em que o desemprego "já está em 23,8%" e chegará aos 25,4% no próximo ano. Apesar disso, "os gregos estão vivos, protestam com um bocadinho de mais veemência do que nós, partem umas montras, mas eles estão lá, estão vivos".
 
Pelo que Portugal deve apresentar à Europa, "de uma forma credível", um programa de longo prazo "em que eles também percebam que têm alguma coisa a ganhar", porque "ir de mão estendida a dizer ajudem-nos, isso não vai a lado nenhum. Ficaremos como a Grécia e essa opção rejeito", sublinhou.
 
Fernando Ulrich defende um 'Plano Merkel' para os países do Sul da Europa
 
O presidente executivo do BPI, Fernando Ulrich, defendeu hoje que Portugal deveria sugerir à chanceler alemã, que visita o país a 12 de novembro, um "plano Merkel" para os países do Sul da Europa.
 
Fernando Ulrich, que falava no III Fórum de Fiscalidade 'Orçamento do Estado 2013, disse que Portugal precisa de apresentar um plano de longo prazo para o país e que, "provavelmente para ter êxito, vai precisar que um dia exista um 'Plano Merkel' na Europa, tal como houve um Plano Marshall".
 
O banqueiro defendeu mesmo que os dos "desígnios políticos" a sugerir à chanceler alemã Angela Merkel seria, "quando vier a Lisboa, ser a promotora de um 'Plano Merkel' para o Sul da Europa".
 
O presidente executivo do BPI, na sua intervenção na conferência organizada pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas e Diário Económico, afirmou que Portugal "tem feito um enorme caminho de recuperação de credibilidade" e que há que aproveitar essa credibilidade "para apresentar uma base de negociação para o futuro [com a Europa], mas não um programa de assistência social, não um programa para que os alemães paguem as prestações sociais dos portugueses, isso eles nunca farão".
 
Já à margem da conferência, Fernando Ulrich referiu aos jornalistas que os portugueses devem pensar "no que deve ser o país no médio e longo prazo", definindo "uma agenda" e trabalhado em concertação, "envolvendo a oposição e os agentes da economia".
 
Elogiando o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho pela iniciativa de negociar com o Partido Socialista o tema das funções e dimensão do Estado, o banqueiro frisou ser "uma matéria crucial", mas insuficiente por faltar uma agenda para o crescimento.
 
"O que falta é um programa para lá de 2014", sublinhou, adiantando que Portugal tem de ter um programa de médio e longo prazo, "até 2020 ou 2025, e mobilizar o país para isso".
 
Segundo o banqueiro, Portugal não vai conseguir resolver o problema da dívida pública e do desemprego "se a economia não crescer e isso precisa tempo e um esforço concertado e organizado. Não vai ser só por geração espontânea".
 

3 comentários:

Fada do bosque disse...

Fernando Ulrich faz parte desta esola, Instituto Ludwig von Mises no Brasil, que defende o anarco-capitalismo, ou seja, o papel do estado deve ser nulo no controlo, fiscalização e regulamentação, bancário e da alta finança. Claro que agora mesmo à beira de conseguir os seus intentos, vem dizer a público, que o que os fantoches que eles próprios nomearam para governar os países, é que têm razão. Nada mais lógico.

Estamos entregues à bicharada.


Podem confirmar na pesquisa, pelo nome do indivíduo:

http://www.mises.org.br/Subject.aspx?id=16

Anónimo disse...

Fada do Bosque, está fazendo uma pequena confusão. O Fernando Ulrich, a qual se refere a matéria acima é outro Fernando Ulrich pelo que pude perceber no link:http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Ulrich

abs

Fada do bosque disse...

Anónimo,

E não é que me convenci que era a mesma pessoa?! Obrigada pela correcção. :) Tive até de corrigir um post lá no meu blogue, embora tivesse sido uma correcção ínfima. Só eliminei o anarco e o link para o Instituto... de resto, parece que o miolo é o mesmo.

abraço

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