Paulo Gaião –
Expresso, opinião, em Blogues
Há muitas questões
tabu em Portugal, que todos os jornalistas sabem mas que a opinião pública
desconhece. Uma delas é a obsessão de Cavaco Silva pela segurança. Agudizada
com a crise porque o Presidente da República sabe que as pessoas estão mais
nervosas.
No 5 de Outubro, na
cerimónia do içar da bandeira, Cavaco terá pedido para fechar as ruas que dão
acesso à Praça do Município, não deixando passar ninguém, à excepção dos
convidados, com medo de eventuais distúrbios populares.
António Costa
parece ter acedido ao pedido presidencial. Não se sabe porquê. Terá alguma
coisa a ver com a participação dedicada de Cavaco Silva nas cerimónias do
último 10 de Junho em Lisboa, em que Santana Lopes chegou a ver um apoio tácito
de Cavaco à recandidatura do actual Presidente da Câmara?
Com o nervosismo, a
bandeira acabou por ser içada ao contrário. Só foi culpa do funcionário do
protocolo? Ou Costa também estava nervoso?
Mas voltemos ao
complexo de insegurança de Cavaco.
No 5 de Outubro, os
jardins do Palácio de Belém, que Cavaco e a sua mulher sempre abriram ao
público desde 2006, também estiveram fechados. A justificação foi
"contenção de custos". Mas não se vê bem que grandes custos serão? O
receio de protestos por causa da crise deve ter estado, mais uma vez, na origem
da decisão.
Em Março de 2012,
Cavaco cancelou de repente uma visita à escola António Arroio com receio das
manifestações de estudantes. Alegou um "impedimento", que nunca quis
justificar com mais pormenores.
Que mais se
seguirá? O representante de todos os portugueses vai deixar de contactar com o
povo?
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