sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Portugal: A OBSESSÃO DE CAVACO COM A SEGURANÇA PIOROU COM A CRISE

 


Paulo Gaião – Expresso, opinião, em Blogues
 
Há muitas questões tabu em Portugal, que todos os jornalistas sabem mas que a opinião pública desconhece. Uma delas é a obsessão de Cavaco Silva pela segurança. Agudizada com a crise porque o Presidente da República sabe que as pessoas estão mais nervosas.
 
No 5 de Outubro, na cerimónia do içar da bandeira, Cavaco terá pedido para fechar as ruas que dão acesso à Praça do Município, não deixando passar ninguém, à excepção dos convidados, com medo de eventuais distúrbios populares.
 
António Costa parece ter acedido ao pedido presidencial. Não se sabe porquê. Terá alguma coisa a ver com a participação dedicada de Cavaco Silva nas cerimónias do último 10 de Junho em Lisboa, em que Santana Lopes chegou a ver um apoio tácito de Cavaco à recandidatura do actual Presidente da Câmara?
 
Com o nervosismo, a bandeira acabou por ser içada ao contrário. Só foi culpa do funcionário do protocolo? Ou Costa também estava nervoso?
 
Mas voltemos ao complexo de insegurança de Cavaco.
 
No 5 de Outubro, os jardins do Palácio de Belém, que Cavaco e a sua mulher sempre abriram ao público desde 2006, também estiveram fechados. A justificação foi "contenção de custos". Mas não se vê bem que grandes custos serão? O receio de protestos por causa da crise deve ter estado, mais uma vez, na origem da decisão.
 
Em Março de 2012, Cavaco cancelou de repente uma visita à escola António Arroio com receio das manifestações de estudantes. Alegou um "impedimento", que nunca quis justificar com mais pormenores.
 
Que mais se seguirá? O representante de todos os portugueses vai deixar de contactar com o povo?
 

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