Investigação Monte
Branco
Cristina Ferreira -
Público
No quadro das
averiguações ao caso Monte Branco, a Polícia Judiciária “tropeçou” em conversas
telefónicas que envolveram José Maria Ricciardi, do BESI, e o ministro dos
Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas.
Ricciardi, que
estava a ser escutado no quadro da recolha de informações para ajudar a
“desmantelar” a rede de fuga ao fisco liderada por Michel Canals, era, então, o
consultor financeiro da Three Gorges e da China State Grid/ Oman Oil, os grupos
chineses que venceram as privatizações da EDP e da REN.
Um dos contactos versou sobre a decisão do Ministério das Finanças de entregar, por ajuste directo, à norte-americana Perella Weinberg, a consultoria financeira das duas operações, decisão que gerou polémica na altura. Outro tema abordado prendeu-se com a proposta alemã.
José Maria Ricciardi, do BESI (Banco Espírito Santo Investimento), quando telefonou a Miguel Relvas estava a ser escutado pelas autoridades policiais no quadro da recolha de informações (e não de recolha de provas) para ajudar a “desmantelar” o caso Monte Branco, a maior rede de sempre de fuga ao Fisco e de branqueamento de capitais a operar em Portugal, com ligações à UBS, na Suíça. As escutas decorreram entre Setembro de 2011 e Fevereiro deste ano.
José Maria Ricciardi não foi constituído arguido e tem garantido que nunca foi chamado a prestar declarações sobre este processo. Fontes policiais asseguraram ao PÚBLICO, que o nome de Relvas não aparece ligado ao caso Canals.
“Não sei o que possa ter dito de errado ao dr. Miguel Relvas”, questionou José Maria Ricciardi quando contactado pelo PÚBLICO. “Provavelmente dei a minha opinião sobre o afastamento do BESI em favor da Perella, pois estava revoltado”. Ricciardi concluiu com o provérbio: “Quem não se sente, não é filho de boa gente.”
A decisão seguida pelas Finanças de entregar à Perella, sem concurso, a assessoria financeira das privatizações das acções do Estado nas duas empresas, 21,35% da EDP e de 40% da REN, gerou polémica com a oposição a questionar o ministro Vítor Gaspar.
Por seu turno, Miguel Relvas, começou por dizer que, entre outras coisas, desconhecia “o assunto a que se reporta a questão suscitada” e informava que "fui ontem [1/10/2012] mesmo notificado, pela Exma. Senhora Directora do DCIAP [Cândida Almeida], no sentido de que não corre referentemente a mim qualquer inquérito criminal, razão pela qual desde já advirto que qualquer notícia difamatória será obviamente tratada no palco judicial”.
Já a PGR recusou comentar as informações do PÚBLICO e declarou que “o processo se encontra em investigação, sob segredo de justiça, pelo que não é possível qualquer esclarecimento sobre o seu conteúdo.”
Fontes policiais defendem que mesmo "não sendo ilícitas" as conversas” entre Ricciardi e Relvas, os contactos revelam a “enorme” informalidade que se estabelece ao mais alto nível, entre banqueiros e entidades oficiais.
Leia mais no PÚBLICO desta segunda-feira e na edição online para assinantes
Um dos contactos versou sobre a decisão do Ministério das Finanças de entregar, por ajuste directo, à norte-americana Perella Weinberg, a consultoria financeira das duas operações, decisão que gerou polémica na altura. Outro tema abordado prendeu-se com a proposta alemã.
José Maria Ricciardi, do BESI (Banco Espírito Santo Investimento), quando telefonou a Miguel Relvas estava a ser escutado pelas autoridades policiais no quadro da recolha de informações (e não de recolha de provas) para ajudar a “desmantelar” o caso Monte Branco, a maior rede de sempre de fuga ao Fisco e de branqueamento de capitais a operar em Portugal, com ligações à UBS, na Suíça. As escutas decorreram entre Setembro de 2011 e Fevereiro deste ano.
José Maria Ricciardi não foi constituído arguido e tem garantido que nunca foi chamado a prestar declarações sobre este processo. Fontes policiais asseguraram ao PÚBLICO, que o nome de Relvas não aparece ligado ao caso Canals.
“Não sei o que possa ter dito de errado ao dr. Miguel Relvas”, questionou José Maria Ricciardi quando contactado pelo PÚBLICO. “Provavelmente dei a minha opinião sobre o afastamento do BESI em favor da Perella, pois estava revoltado”. Ricciardi concluiu com o provérbio: “Quem não se sente, não é filho de boa gente.”
A decisão seguida pelas Finanças de entregar à Perella, sem concurso, a assessoria financeira das privatizações das acções do Estado nas duas empresas, 21,35% da EDP e de 40% da REN, gerou polémica com a oposição a questionar o ministro Vítor Gaspar.
Por seu turno, Miguel Relvas, começou por dizer que, entre outras coisas, desconhecia “o assunto a que se reporta a questão suscitada” e informava que "fui ontem [1/10/2012] mesmo notificado, pela Exma. Senhora Directora do DCIAP [Cândida Almeida], no sentido de que não corre referentemente a mim qualquer inquérito criminal, razão pela qual desde já advirto que qualquer notícia difamatória será obviamente tratada no palco judicial”.
Já a PGR recusou comentar as informações do PÚBLICO e declarou que “o processo se encontra em investigação, sob segredo de justiça, pelo que não é possível qualquer esclarecimento sobre o seu conteúdo.”
Fontes policiais defendem que mesmo "não sendo ilícitas" as conversas” entre Ricciardi e Relvas, os contactos revelam a “enorme” informalidade que se estabelece ao mais alto nível, entre banqueiros e entidades oficiais.
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