domingo, 18 de novembro de 2012

CIDADÃ DE MUNDO

 


Fernanda Mestrinho – Jornal i, opinião – foto Reuters
 
Síria – parecia que estava em Damasco. Espaço aéreo fechado, F16 escoltavam a chanceler, fragatas no Tejo e parte da cidade fechada (logo aquela onde vivo): chegava Angela Merkel para um “tempo de antena” para a sua próxima campanha eleitoral. A população ignorou a visita, restou um espalhafato securitário.
 
Suécia – com o aumento dos impostos sinto-me nos países nórdicos.
 
China – os salários a baixar e vivo na Ásia.
 
África – a corrupção continua e parece que estou num dos países deste misterioso continente.
 
América – como lá, na saúde, quem paga tem, quem não paga fica à porta do hospital.
 
Esta semana tive, aqui na Europa, um cheirinho da Primavera Árabe. Portugal e Espanha em greve geral, greves parciais e manifestações por essa Europa fora contra a política de austeridade para uns e paraísos financeiros e fiscais para outros.
 
Viajo, assim, cá dentro. Claro que devo ser uma das “doentes” do primeiro-ministro Passos Coelho. A meu lado, na enfermaria, está agora o governador do Banco de Portugal, que acaba de dizer que as previsões do governo para o próximo ano não estão certas.
 
Aproxima-se a ceia de Natal. Posta do lombo? Seguindo os ensinamentos de Isabel Jonet, serão umas pataniscas ou, para outros, um souflé de bacalhau. Mais bem dito: umas raspas do “fiel amigo”. E, cereja em cima do bolo, o “aguenta, aguenta” do banqueiro Ulrich. Nestas alturas lembro-me do rei Juan Carlos para Hugo Chávez “Por qué no te callas?”
 
Jornalista/advogada
Escreve ao sábado
 

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