domingo, 4 de novembro de 2012

Jerónimo acusa Merkel e Gaspar de 'batota' para 'esmifrarem' mais os portugueses

 

Sol – Lusa, com foto
 
O secretário-geral do PCP afirmou hoje que a chanceler alemã e o ministro Vítor Gaspar sabem que a maratona da austeridade «é mentira» porque as metas continuarão a ser «alteradas» enquanto for possível «esmifrar mais os portugueses».
 
Num comício em Oliveira de Azeméis, Jerónimo de Sousa manifestou-se contra o que define como o «programa de agressão» do Governo PSD e CDS com a 'troika' (Banco Central Europeu, FMI e Comissão Europeia), e declarou: «No princípio, o programa de austeridade era apontado como um período curto, em que 2012 era o ano mais difícil. Mas afinal ontem a Sra. [Angela] Merkel, com a sua arrogância, veio dizer que isto ainda dura mais cinco anos».
 
O líder comunista defendeu, por isso, que o programa que o Governo se propõe concretizar é «uma intrujice» e, em referência ao desempenho do ministro das Finanças, explica-o com uma analogia desportiva: «Já se percebeu que a maratona de Vítor Gaspar não tem 22 quilómetros e pouco, porque ele faz constantemente batota para alterar o lugar da meta para mais longe».
 
«A maratona era mentira e a Merkel sabe do que fala», continua Jerónimo de Sousa. «Enquanto for possível esmifrar mais, eles não nos vão largar».
 
Para o secretário-geral do PCP, na Direita «todos têm consciência de que as suas previsões são fantasistas - inclusive o próprio Governo - e é por isso que este Orçamento de Estado traz um plano B para acautelar o mais completo falhanço das suas previsões».
 
O líder dos comunistas considera que os portugueses precisam de uma política alternativa que aposte na «renegociação da dívida pública envolvendo prazos, montantes e taxas de juro», e aponta esses critérios como determinantes para permitirem «novas soluções para o investimento produtivo, o crescimento económico e a criação de emprego».
 
Jerónimo de Sousa rejeitou, aliás, a «refundação do memorando de entendimento» enquanto proposta que «assenta na ideia de que o país está perante um dilema que só considera duas alternativas: ou aumentar os impostos, ou cortar nas funções sociais do Estado».
 
«[Este Governo] faz as duas coisas», critica.
 
«Por cada 10 euros que saca aos trabalhadores e reformados, o capital paga 1 euro e é esta a distribuição equitativa dos sacrifícios de que esta gente fala», sustentou.
 
Para o secretário-geral dos comunistas, impõe-se assim «pôr fim ao regabofe do Estado, que, além de «sugar os rendimentos dos trabalhadores para os transferir directamente para o grande capital», aprova uma proposta de Orçamento de Estado que, representando «o maior saque fiscal da democracia, é uma afronta ao orçamento dos portugueses que vivem do seu trabalho».
 
Apelando à participação de todas as classes sociais e profissionais na greve geral do dia 14 de Novembro, o secretário-geral do PCP admite que há quem diga que a luta não é suficiente, mas aponta-a como indispensável. «Sem ela não vamos lá», garante. «Se hoje este Governo está mais fraco é porque a luta o isolou».
 
Especificamente para os jovens, ficou também o aviso: «Não pensem que vão receber aquilo que foi conquistado pelas gerações anteriores. O que eles [no Governo] pretendem é criar uma geração sem direitos, mais empobrecida».
 

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