Lula avisa empresas
brasileiras para não cometerem "megaerros" em Moçambique
19 de Novembro de
2012, 17:02
Maputo, 19 nov
(Lusa) - O ex-Presidente brasileiro Lula da Silva advertiu hoje as empresas do
seu país envolvidas nos megaprojetos em Moçambique para não cometerem
"megaerros, porque senão tomam uma megabronca da Presidente Dilma".
Durante um debate
realizado hoje em Maputo, Lula da Silva foi confrontado com práticas recentes
de algumas empresas brasileiras, como a mineira Vale, que têm suscitado
protestos populares.
Na resposta, e
falando perante uma plateia que incluía gestores das grandes empresas do seu
país com negócios em Moçambique, Lula da Silva disse que essa presença
representa "um desafio" para o Brasil.
"Eles sabem
que não podem fazer os megaerros do passado, senão tomam uma megabronca da
Presidente Dilma", disse Lula da Silva, que se encontra de visita a
Moçambique.
A Vale, a mais
emblemática e importante das empresas brasileiras em Moçambique, onde explora a
principal mina de carvão, tem sido alvo de críticas devido à sua política de
reassentamento das populações afetadas pelo megaprojeto e que esteve na origem
de violentos protestos populares no início do ano.
"As empresas
têm obrigação de não repetir os mesmos erros cometidos no Brasil, no
passado", defendeu Lula da Silva, depois de ouvir uma ativista moçambicana
do Fórum Mulher exigir da Vale o compromisso "com o desenvolvimento
sustentável".
Lula da Silva
respondeu que "Moçambique precisa das grandes empresas brasileiras",
mas exortou os moçambicanos a reagirem às posturas incorretas.
"Não fiquem
quietos e não se conformem com os erros", disse.
LAS // HB
"Crescer e
distribuir ao mesmo tempo? Sim, é possível" -- Lula da Silva
19 de Novembro de
2012, 17:13
Maputo, 19 nov (lusa)
- O ex-Presidente brasileiro Lula da Silva defendeu hoje que os seus dois
mandatos provaram ser possível o crescimento económico com a distribuição de
riqueza, em simultâneo, e declarou-se vencedor antecipado de um improvável
Prémio Nobel da Teimosia.
Falando em Maputo,
perante "uma plateia com muito paletó e gravata", onde pontificavam
dirigentes da Frelimo, elites académicas, gestores e banqueiros moçambicanos,
Lula da Silva teve um discurso marcadamente de esquerda e "solidário com
os pobres", que levou um dos intervenientes a suspirar "pelo
socialismo que se viveu" em Moçambique.
"Provámos que
era possível crescer e distribuir ao mesmo tempo", disse Lula, recordando que
essa política provocou "o dia mais feliz" na sua vida.
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