segunda-feira, 12 de novembro de 2012

MERKEL CHEGA A LISBOA E REÚNE COM SEUS CAPATAZES DA QUINTA LUSITANA

 

Merkel/Visita: Cinco horas de encontros com Presidente, primeiro-ministro e empresários
 
Lisboa, 12 nov (Lusa) - A chanceler alemã estará hoje em Lisboa para uma visita oficial de cinco horas num momento em que internamente cresce a contestação ao programa assinado com a 'troika', a que Merkel diz manter-se "fiel".
 
Esta é a primeira vez que a chefe do Governo da Alemanha visita oficialmente Portugal e reunir-se-á com o Presidente da República, com o primeiro-ministro e o ministro dos Negócios Estrangeiros e com empresários dos dois países.
 
Fontes diplomáticas portuguesas, citadas pela agência EFE, afirmaram que a deslocação de Merkel é vista como um "sinal de esperança" numa conjuntura de crise.
 
Segundo disse a própria numa entrevista à RTP, esta visita é "uma contribuição" para mostrar que a Alemanha "quer ajudar" e "para ver o que se pode melhorar na cooperação entre empresas para gerar mais empregos" e para que "haja força económica em Portugal".
 
Na mesma entrevista disse que os programas de ajustamento financeiros aplicados a países como Portugal não são "ideias" suas, que a 'troika' de credores internacionais "negoceia" com cada um dos países que pede resgate, mas defendeu as virtudes destes planos, aos quais garantiu manter-se "fiel".
 
No caso português, e ao contrário daquilo que defende a oposição e diversas personalidades dentro e fora de Portugal, disse que o programa está bem estruturado "como um todo", rejeitando trata-se de "mera austeridade". E elogiou o Governo pela coragem com que tem aplicado todas as medidas e o país pelo cumprimento, também corajoso, dos compromissos assumidos.
 
Descartando a necessidade de renegociação ou de novo resgate, considerou que agora é necessário esperar algum tempo para ver o resultado das reformas em curso porque o processo, embora "doloroso", será bem-sucedido.
 
Os partidos portugueses dividem-se entre o repúdio e o agrado face à visita de Merkel.
 
Enquanto o PCP e o BE protestam contra o que consideram uma "afronta à soberania nacional" e uma "provocação ao povo português", o PS, que tem defendido a renegociação dos termos do acordo com os credores internacionais, espera que a chanceler alemã "identifique e apreenda" os efeitos da "política errada da austeridade".
 
O PSD diz que Angela Merkel não tem culpa da situação a que chegou o país e o CDS considera a visita "absolutamente normal", defendendo que a presença de empresários alemães é "uma oportunidade para aumentar as trocas comerciais".
 
Com esta visita, Merkel inicia em Lisboa uma semana de encontros bilaterais, cinco em seis dias, centrada na crise europeia.
 
Depois de Lisboa, encontra-se na quarta-feira com o primeiro-ministro da Polónia, Donald Tusk, e, na quinta-feira, com os primeiros-ministros de França, Jean Marc Ayrault, e da Holanda, Mark Rutte, sempre em Berlim.
 
Angela Merkel encerra a semana em Moscovo, onde se reunirá com o presidente Vladimir Putin.
 
MP. // VC.
 
Reformas estruturais marcam arranque da sexta avaliação da 'troika'
 
Lisboa, 12 nov (Lusa) - A consolidação orçamental, o sistema financeiro e as reformas estruturais serão "os grandes pilares" da sexta avaliação da 'troika' ao Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF) de Portugal, que hoje começa.
 
À semelhança de avaliações anteriores, o Executivo espera que também esta corra de forma positiva.
 
"Todas as avaliações da 'troika' ao PAEF de Portugal, que "olham para cada um destes pilares, para ver se o país está no caminho certo ou não, têm corrido bem" e a sexta "também irá correr bem", afirmou o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas.
 
Da sexta avaliação da 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu), o Governo "não espera nada de diferente" do que "tem sido até agora", disse, referindo que "o segredo do sucesso" de Portugal nas avaliações "tem sido a preparação" das equipas dos vários ministérios.
 
De acordo com o Ministério das Finanças, "as autoridades portuguesas com responsabilidades no âmbito do Programa irão analisar, juntamente com representantes da Comissão Europeia, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Central Europeu (BCE), o trabalho realizado até ao momento e o planeamento dos trimestres seguintes".
 
O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, prevê apresentar em fevereiro o plano para "cortes estruturais na despesa na ordem de 4.000 milhões de euros", uma data anunciada durante uma audiência perante a comissão parlamentar de acompanhamento do programa de assistência a Portugal.
 
Fevereiro é a data do sétimo exame regular da 'troika'.
 
SMS (PGR/PPF)// VC.
 
*Título PG
 

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