NME – JMR - Lusa
Luanda, 14 dez
(Lusa) - A ministra das Pescas de Angola, Vitória de Barros Neto, disse hoje em
Luanda à agência Lusa que o Governo angolano pretende reativar a cooperação
existente com Portugal, que já foi "muito frutífera".
A governante
angolana falava no final da sessão de abertura das XVI Jornadas
Técnico-Científicas, realizadas pelo Instituto Nacional de Investigação
Pesqueira (INIP).
Segundo a ministra,
existe alguma cooperação entre os dois países, mas que há necessidade de ser
reativada, para atingir os níveis anteriores, sobretudo no domínio da
investigação pesqueira e da formação de quadros.
Victória de Barros
Neto referiu ainda que Angola tem feito o aproveitamento do seu potencial de
recursos marinhos através da pesca artesanal, semi-industrial e industrial, que
são consumidos pelo mercado interno e parte exportada para países da Europa e
da Ásia.
Entretanto, a
ministra considerou ainda baixo o volume de exportação, limitado apenas aos
mariscos, nomeadamente camarão, caranguejo e gambas.
"O aumento da
exportação vai depender da capacidade do mercado interno absorver os produtos, porque
como disse o mercado interno é também alto consumidor dos produtos
pesqueiros", sublinhou a ministra.
Na sua intervenção,
Victória de Barro Neto ressaltou os bons resultados das campanhas de
investigação realizadas este ano, que indicam ter havido uma recuperação,
"embora tímida", da biomassa dos principais recursos pesqueiros que
Angola possui.
"Este é um
indicador positivo que nos anima a continuar a aplicar as medidas de
conservação recomendadas, ainda que de forma ajustada", disse a ministra.
Victória de Barros
Neto frisou que a gestão das pescas em Angola "é feita de forma
centralizada, através da definição de quotas de captura e de níveis de esforço
de pesca definidos com base no trabalho de investigação científica realizado
pelo INIP, complementados pela informação de captura".
A gestão das
espécies partilhadas, a norte e a sul, com outros países é feita, segundo a
ministra, com base no trabalho de investigação levado a cabo pelas organizações
regionais de gestão de pescas, nomeadamente as Correntes de Benguela e do Golfo
da Guiné.
A ministra destacou
ainda no seu discurso o trabalho realizado pelo INIP há mais de 30 anos para a
informação dos principais recursos pesqueiros de Angola, bem como dos seus
ecossistemas, pelo que as condições de trabalho vão melhorar com a aquisição de
uma embarcação para a investigação dos recursos costeiros e com a reabilitação
de infra-estruturas.
"Estamos à
espera que esta embarcação chegue o mais tardar até fim de janeiro do próximo
ano", disse a ministra à Lusa, acrescentando que a mesma está a ser
construída na África do Sul.
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