Primeiro-ministro
guineense garante que riqueza do país chega para todos
10 de Dezembro de
2012, 14:38
Bissau, 10 dez
(Lusa) - O primeiro-ministro de transição da Guiné-Bissau, Rui de Barros,
afirmou hoje que a riqueza que existe no país chega para todos os guineenses
"porque são poucos".
"A riqueza do
nosso país chega-nos a todos. Chega e sobra para todos nós", defendeu Rui
de Barros, que falava para cerca de centena e meia de jovens que foram hoje ao
Palácio do Governo manifestar solidariedade para com as autoridades de
transição, "pelo excelente trabalho que estão a desenvolver".
Segundo os jovens,
o Governo de transição, "apesar do isolamento internacional" tem
estado a "fazer um bom trabalho", citando o pagamento de salários
"com recursos internos", a normalização das aulas nas escolas
públicas, a manutenção de estradas e ainda o fornecimento regular de energia
elétrica e água.
Em resposta aos
jovens, o primeiro-ministro de transição defendeu que o seu governo quer
trabalhar em prol dos guineenses aos quais pediu que dialoguem para a resolução
de todos os problemas que possam surgir.
"Os problemas
do país devem ser resolvidos por nós mesmos e não por gente de fora, pois esses
não conhecem os nossos problemas. É preciso mais diálogo e ainda perdão entre
nós para podermos avançar", sublinhou Rui de Barros.
Barros pediu aos
guineenses para que acreditem mais no seu país antes de solicitar apoios aos
outros, no entanto, frisou ser preciso que os cidadãos paguem impostos.
"Nenhum país
do mundo avança sem o imposto dos seus cidadãos. Os que tiverem mais têm que
pagar mais. As ajudas que recebemos são impostos de cidadãos de outros
países", disse ainda o primeiro-ministro de transição.
A Guiné-Bissau está
a ser gerida por um Governo de transição na sequência de um golpe de Estado em
abril passado. A maior parte da comunidade internacional não reconhece as novas
autoridades e cancelou os apoios ao país.
MB // HB
Guiné-Bissau com
"grande recuo" em conquistas alcançadas nos direitos humanos - ONG
10 de Dezembro de
2012, 17:16
Bissau, 10 dez
(Lusa) - O dia internacional dos Direitos Humanos, que hoje se comemora,
acontece na Guiné-Bissau numa altura marcada por uma "profunda crise
política" e "grande recuo nas conquistas alcançadas", considera
a Liga Guineense dos Direitos Humanos.
Em comunicado
divulgado hoje para assinalar a data, a Liga diz que com o golpe de Estado de
12 de abril a Guiné-Bissau recuou na consolidação do Estado de direito e
democrático e que se assiste, progressivamente, "a um aumento galopante da
violência, da situação de pobreza extrema, da desigualdade social entre homens
e mulheres e do crime organizado".
Hoje na
Guiné-Bissau há "uma restrição ilegal" dos direitos dos cidadãos e
das suas liberdades fundamentais, "nomeadamente as liberdades de
manifestação, de reunião, de imprensa e de expressão", acusa a Liga.
Por isso, continua,
"o silêncio acabou por constituir o refúgio dos principais atores
políticos e sociais, como forma de salvaguardar a vida e a integridade
física", tendo mesmo assim "vários cidadãos sido vítimas" de
violações graves de direitos e liberdades fundamentais.
A liga dá como
exemplo os "espancamentos brutais" de dois políticos, Inacuba Injai e
Silvestre Alves, e a "tortura e execução sumária de um cidadão de nome
Luís Ocante da Silva".
Citando informações
provenientes do arquipélago dos Bijagós, a Liga dos Direitos Humanos referiu
que quatro cidadãos de Bolama terão sido assassinados em outubro passado, na
sequência de um assalto, dias antes, a um quartel em Bissau.
"Em face do
exposto, o clima político-militar e a situação no país reclama de uma vez por
todas uma genuína e verdadeira reconciliação nacional, fundada nos valores da
justiça, tolerância, diálogo inclusivo e respeito pelos direitos humanos",
diz o comunicado, acrescentando que são necessárias reformas profundas do
Estado, em particular o setor de defesa e segurança.
A Liga critica
também a "ausência de progressos" em relação a investigações de
crimes políticos ocorridos no país nos últimos anos, do antigo Presidente Nino
Vieira ao recente caso da morte do deputado Roberto Cacheu.
A Liga Guineense
dos Direitos Humanos exige das autoridades judiciais "um rápido
esclarecimento cabal e transparente dos acontecimentos trágicos acima
referidos, como forma de erradicar a impunidade no país, e criar bases sólidas
rumo à consolidação da paz e à reconciliação nacional".
FP //JMR.
Banco Islâmico
admite relançar cooperação com Guiné-Bissau, diz governo de transição
10 de Dezembro de
2012, 18:42
Bissau, 10 dez
(Lusa) - O Banco Islâmico de Desenvolvimento (BID) pretende relançar a
cooperação com a Guiné-Bissau, suspensa desde 2002, disse hoje em Bissau o
Ministério das Finanças do governo de transição.
De acordo com o
Ministério, o ministro das Finanças, Abubacar Demba Dahaba, reuniu-se hoje com
o diretor do escritório regional de Dacar do BID, Sidi Mohamed Ould Taleb, com
quem foi discutida a possibilidade de a instituição voltar a cooperar com o
país.
A cooperação com a
Guiné-Bissau, segundo a mesma fonte, estava suspensa desde 2002 por acumulação
de dívidas e não cumprimento de acordos assinados.
"Esta mudança
de atitude do banco decorre da possibilidade de assinatura de um novo acordo de
reescalonamento da dívida, devido às negociações que têm vindo a ser feitas,
nos últimos anos, com as instituições financeiras do mundo árabe, nomeadamente
o BID", segundo o Ministério.
A dívida da
Guiné-Bissau, esclareceu, tem a ver essencialmente com o fornecimento de
produtos petrolíferos e seus derivados.
FP //JMR.
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