domingo, 9 de dezembro de 2012

Polícia angolana admite prorrogar campanha de desarmamento...

 

... devido a aumento da criminalidade
 
EL – SO - Lusa
 
Luanda, 09 dez (Lusa) - A campanha de desarmamento da população civil em curso em Angola, que deveria terminar no final do ano, poderá ser prorrogada devido ao aumento dos crimes à mão armada, anunciou o segundo comandante da Polícia Nacional.
 
A campanha de recolha de armas de fogo arrancou em maio de 2008 e foi prorrogada por mais dois anos em finais de 2010.
 
Citado na edição de hoje do Jornal de Angola, Paulo de Almeida, que é também coordenador da Comissão Nacional para o Desarmamento da População Civil em Posse Ilegal de Armas, disse que a decisão sobre um eventual segundo prolongamento da campanha será tomada nos próximos dias.
 
Paulo de Almeida fez um balanço positivo da campanha, mas reconheceu que nos dois últimos anos o processo não atingiu a meta que se esperava.
 
Aquele oficial apontou "razões subjetivas" para a falta de dinamismo na campanha de recolha até agora de quase 85 mil armas, admitindo que os departamentos interministeriais que integram a Comissão de Desarmamento da População Civil "não levaram muito em conta o espírito da campanha".
 
"Temos registado que muitos cidadãos ainda entregam voluntariamente as suas armas. Outras armas são recolhidas nas nossas operações policiais, principalmente nas mãos da população civil, sobretudo nas mãos dos delinquentes", destacou.
 
Quanto à eventual prorrogação da campanha, Paulo de Almeida reconhece que o atual nível de criminalidade a justifica.
 
"Hoje, a proliferação de armas veio aumentar a criminalidade no país e isto está a preocupar a Polícia Nacional. Houve um momento em que a campanha estava dinâmica e os índices de posse de armas nas mãos dos cidadãos diminuiu", frisou.
 
"Era difícil ouvir falar de ações realizadas com recurso à mão armada. Hoje, está a voltar a situação, o que nos leva a concluir que há ainda muitas armas em posse de cidadãos ou em circuitos que a Polícia precisa determinar", vincou.
 
Aquele oficial acrescentou ser "impossível ter a ideia de quantas armas estão ainda em posse ilegal dos cidadãos", o que faz com que a Polícia Nacional "atue em função de estimativas".
 
O processo de desarmamento dos cidadãos em posse ilegal de armas de fogo começou em maio de 2008 e compreendeu quatro fases: organização e sensibilização, entrega voluntária, recolha coerciva e de controlo.
 

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