... devido a aumento da criminalidade
EL – SO - Lusa
Luanda, 09 dez
(Lusa) - A campanha de desarmamento da população civil em curso em Angola, que
deveria terminar no final do ano, poderá ser prorrogada devido ao aumento dos
crimes à mão armada, anunciou o segundo comandante da Polícia Nacional.
A campanha de
recolha de armas de fogo arrancou em maio de 2008 e foi prorrogada por mais
dois anos em finais de 2010.
Citado na edição de
hoje do Jornal de Angola, Paulo de Almeida, que é também coordenador da
Comissão Nacional para o Desarmamento da População Civil em Posse Ilegal de
Armas, disse que a decisão sobre um eventual segundo prolongamento da campanha
será tomada nos próximos dias.
Paulo de Almeida
fez um balanço positivo da campanha, mas reconheceu que nos dois últimos anos o
processo não atingiu a meta que se esperava.
Aquele oficial
apontou "razões subjetivas" para a falta de dinamismo na campanha de
recolha até agora de quase 85 mil armas, admitindo que os departamentos
interministeriais que integram a Comissão de Desarmamento da População Civil
"não levaram muito em conta o espírito da campanha".
"Temos
registado que muitos cidadãos ainda entregam voluntariamente as suas armas.
Outras armas são recolhidas nas nossas operações policiais, principalmente nas
mãos da população civil, sobretudo nas mãos dos delinquentes", destacou.
Quanto à eventual
prorrogação da campanha, Paulo de Almeida reconhece que o atual nível de
criminalidade a justifica.
"Hoje, a
proliferação de armas veio aumentar a criminalidade no país e isto está a
preocupar a Polícia Nacional. Houve um momento em que a campanha estava
dinâmica e os índices de posse de armas nas mãos dos cidadãos diminuiu",
frisou.
"Era difícil
ouvir falar de ações realizadas com recurso à mão armada. Hoje, está a voltar a
situação, o que nos leva a concluir que há ainda muitas armas em posse de
cidadãos ou em circuitos que a Polícia precisa determinar", vincou.
Aquele oficial
acrescentou ser "impossível ter a ideia de quantas armas estão ainda em
posse ilegal dos cidadãos", o que faz com que a Polícia Nacional "atue
em função de estimativas".
O processo de
desarmamento dos cidadãos em posse ilegal de armas de fogo começou em maio de
2008 e compreendeu quatro fases: organização e sensibilização, entrega
voluntária, recolha coerciva e de controlo.
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