Jornal i - Lusa
O líder do Bloco de
Esquerda afirmou que "aqueles que se opõem" a Miguel Relvas na
privatização da RTP "acabam por se tramar" e que a RTP é um exemplo
do "fanatismo ideológico" do Governo quanto às privatizações.
À margem de um
encontro, sábado à noite, com militantes em Braga, João Semedo afirmou que o
processo disciplinar que o antigo diretor de informação da RTP, Nuno Santos,
está a ser alvo é prova que na estação pública de televisão "não há
respeito" pela liberdade de opinião.
O coordenador
nacional do Bloco assegurou ainda que o partido que lidera "irá sempre
defender um serviço público de televisão".
Para João Semedo
"a RTP é uma privatização em que o fanatismo ideológico [do Governo] está
bem claro".
Segundo o líder
bloquista "um Estado democrático e moderno, a formação, a educação, a
cultura de uma sociedade exigem um serviço publico de televisão".
Por isso, assegurou
que o BE continuará a "defender um serviço público de televisão que é
incompatível com a privatização" desse serviço.
Isto porque,
esclareceu, o Bloco "não considera que a "concessão a privados ou a
privatização de capital da RTP seja uma forma de melhorar e garantir o serviço
público de televisão".
Ainda sobre a
possível privatização da RTP, Semedo afirmou já ter percebido que "todos
aqueles que se atravessam ou opõem ao plano de Miguel Relvas de privatizar a
RTP se acabam por tramar, usando a palavra que politicamente é tão bem
conhecida".
Como exemplo, o
líder do bloco apontou o caso do processo disciplinar instaurado contra o
antigo diretor de informação da estação pública, Nuno Santos, na sequência das
declarações deste no Parlamento sobre o visionamento pela PSP de imagens em
bruto da manifestação de 14 de novembro.
"O caso da
direção de informação que está suspensa com vista ao despedimento demonstra bem
que não há qualquer respeito na RTP pela liberdade de opinião", disse,
defendendo ainda que é "inaceitável que quem é ouvido no Parlamento seja
depois punido apenas porque cometeu um crime de opinião".
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