domingo, 9 de dezembro de 2012

Quem se opõe a Miguel Relvas na privatização da RTP acaba por se tramar, diz Semedo

 

Jornal i - Lusa
 
O líder do Bloco de Esquerda afirmou que "aqueles que se opõem" a Miguel Relvas na privatização da RTP "acabam por se tramar" e que a RTP é um exemplo do "fanatismo ideológico" do Governo quanto às privatizações.
 
À margem de um encontro, sábado à noite, com militantes em Braga, João Semedo afirmou que o processo disciplinar que o antigo diretor de informação da RTP, Nuno Santos, está a ser alvo é prova que na estação pública de televisão "não há respeito" pela liberdade de opinião.
 
O coordenador nacional do Bloco assegurou ainda que o partido que lidera "irá sempre defender um serviço público de televisão".
Para João Semedo "a RTP é uma privatização em que o fanatismo ideológico [do Governo] está bem claro".
 
Segundo o líder bloquista "um Estado democrático e moderno, a formação, a educação, a cultura de uma sociedade exigem um serviço publico de televisão".
 
Por isso, assegurou que o BE continuará a "defender um serviço público de televisão que é incompatível com a privatização" desse serviço.
 
Isto porque, esclareceu, o Bloco "não considera que a "concessão a privados ou a privatização de capital da RTP seja uma forma de melhorar e garantir o serviço público de televisão".
 
Ainda sobre a possível privatização da RTP, Semedo afirmou já ter percebido que "todos aqueles que se atravessam ou opõem ao plano de Miguel Relvas de privatizar a RTP se acabam por tramar, usando a palavra que politicamente é tão bem conhecida".
 
Como exemplo, o líder do bloco apontou o caso do processo disciplinar instaurado contra o antigo diretor de informação da estação pública, Nuno Santos, na sequência das declarações deste no Parlamento sobre o visionamento pela PSP de imagens em bruto da manifestação de 14 de novembro.
 
"O caso da direção de informação que está suspensa com vista ao despedimento demonstra bem que não há qualquer respeito na RTP pela liberdade de opinião", disse, defendendo ainda que é "inaceitável que quem é ouvido no Parlamento seja depois punido apenas porque cometeu um crime de opinião".
 
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