quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Angola: SE OS DEUSES NÃO ESTÃO LOUCOS POR CERTO QUE A IURD-ANGOLA ESTÁ

 


A tragédia em Luanda, ocorrida no estádio sobrelotado com mais do triplo da sua capacidade, numa cerimónia dos religiosos da IURD de Angola a que deram o nome de Dia do Fim, torna evidente a irresponsabilidade e o fanatismo dos dirigentes daquela seita religiosa – como de outras. Merecidamente podemos afirmar que se os deuses não estão loucos decerto que os dirigentes da IURD de Angola estão. Em Angola e em muitos mais países onde se implantaram.
 
Queiram ou não o que se passa nestas manifestações religiosas que juntam dezenas e centenas de milhares de pessoas é espetáculo, seja de fé ou por outro incentivo. Por tal, compete aos organizadores acautelarem a segurança dos milhares de espetadores, começando por respeitar as lotações convencionadas e todos os outros aspetos itens envolventes. Deverá ser assim num espetáculo musical, num comício político ou, como o caso, num espetáculo religioso.
 
É comum entre os muçulmanos que vão a Meca no auge d sua religiosidade saírem de lá sem vida por serem espezinhados. Talvez o mesmo aconteça um dia em Fátima (por exemplo ) quando a afluência dos católicos é mais intensa. Pode acontecer e acontece sempre que a aglomeração de pessoas vai para além do razoável aos limites de segurança. A loucura ou irresponsabilidade daqueles que não tomam em consideração os perigos que rodeiam a existência de concentrações de moles imensas devia ser penalizada criminalmente. Ainda mais quando todos sabem que em concentrações daquele género existe um limite para que a segurança seja minimamente fiável e que mesmo assim as escapatórias de fuga ou de simples saída dos locais devem tomar em alta consideração as situações de pânico das massas aglomeradas ou outros comportamentos humanos imprevisíveis que possam suceder e provoquem as debandadas que levam aos espezinhamentos, ao salve-se quem puder, à morte de muitos e aos ferimentos de outros.
 
Compete aos governos, às autoridades, regulamentarem e fiscalizarem ativa e presencialmente aquelas aglomerações e conterem os exageros. Isso foi o que não aconteceu em Luanda neste triste caso do Dia do Fim da IURD. Uns e outros são responsáveis. Os da IURD e as autoridades. Vão justificar-se como lhes convier, irresponsavelmente. Vai prevalecer a impunidade dos responsáveis, já sabemos. (Redação PG)
 
IURD assumiu previamente segurança no local de tragédia do "Dia do Fim" em Luanda
 
03 de Janeiro de 2013, 09:49
 
Luanda, 03 jan (Lusa) - A Igreja Universal do Reino de Deus assumiu a responsabilidade pela segurança no interior do recinto palco da tragédia de 31 de dezembro, em Luanda, apresentado como vigília do "Dia do Fim", que provocou mais de uma dezena de mortos.
 
A cerimónia da IURD, designada "Vigília da Virada - Dia do Fim", decorreu no Estádio Nacional da Cidadela Desportiva, que tem capacidade para 70 mil pessoas, mas onde se concentraram cerca de 250 mil.
 
A informação consta de uma declaração do Ministério do Interior angolano, que salienta ter a IURD invocado a natureza religiosa do evento.
 
Na declaração, o ministério salienta ter adotado os mecanismos de segurança habituais para eventos que comportem a concentração de grande número de pessoas.
 
"Contudo, dada a natureza religiosa do ato, a direção daquela Igreja manifestou interesse em ser ela a assegurar a segurança no interior do estádio, tendo recrutado para o efeito 300 elementos de autoproteção. Neste sentido, a Polícia Nacional ficou com a responsabilidade do asseguramento da parte exterior do estádio", acrescenta-se na declaração do ministério.
 
As autoridades angolanas destacam que a concentração de populares para o evento resultou na conclusão que o local escolhido "era insuficiente para acolher tal número de fiéis, o que causou excessiva lotação na parte interior e a presença de um elevadíssimo número na parte exterior do estádio".
 
O Ministério do Interior anunciou ainda que foi ordenada à Direção Nacional de Investigação Criminal (DNIC) a abertura de um inquérito para "apuramento dos factos e responsabilidades", que será posteriormente submetido ao Ministério Público.
 
O número de vítimas na tragédia varia consoante a fonte, com a IURD a falar em 12, enquanto o diário estatal Jornal de Angola escreveu na sua edição de quarta-feira que o número de mortos era de 16 e o Governo Provincial de Luanda, citado pela agência Angop, fixou aquele número em 13. O número de feridos é sempre igual: 120.
 
Na quarta-feira, em conferência de imprensa, a IURD assumiu a responsabilidade das despesas com os funerais.
 
"A Igreja já começou a apoiar as famílias das vítimas. Está a fazê-lo e vai continuar até ao último momento. Assumimos, vamos dizer, todas as despesas do óbito e o principal apoio é o moral", disse o bispo Felner Batalha.
 
Segundo informações dos hospitais em Luanda que receberam as vítimas, as mortes terão ocorrido por esmagamento e asfixia.
 
EL // VM.
 
IURD assume todas as despesas com famílias das vítimas de incidente do "Dia do Fim"
 
02 de Janeiro de 2013, 16:57
 
Luanda, 02 jan (Lusa) - A Igreja Universal do Reino de Deus anunciou hoje em Luanda que assume todas as despesas relacionadas com as vítimas do incidente do "Dia do Fim", no passado dia 31, que provocou mais de uma dezena de mortos.
 
O anúncio foi feito pelo bispo Felner Batalha, numa conferência de imprensa em que a IURD reconheceu terem-se verificado 12 mortos e 120 feridos no incidente ocorrido na cerimónia de passagem de ano promovida por aquela confissão religiosa.
 
O número de vítimas varia consoante a fonte, com a IURD a falar em 12, enquanto o diário estatal Jornal de Angola escreveu na sua edição de hoje que o número de mortos tinha subido para 16, e o Governo Provincial de Luanda, citado pela agência Angop, fixou aquele número em 13. O número de feridos é sempre igual: 120.
 
"A Igreja já começou a apoiar as famílias das vítimas. Está a fazê-lo e vai continuar até ao último momento. Assumimos, vamos dizer, todas as despesas do óbito e o principal apoio é o moral", disse o bispo Felner Batalha.
 
"Para as pessoas saberem que a Igreja não lhes virou as costas, está com eles. Para estas famílias, o mais importante é saber que a Igreja, a direção da Igreja está a sentir a dor deles", acrescentou.
 
Felner Batalha, que tinha ao lado o bispo José Augusto Dias, principal responsável da IURD em Angola, foi apresentado no encontro com a imprensa como porta-voz da Comissão de Apoio às Vítimas, criada pela IURD.
 
A cerimónia da IURD, designada "Vigília da Virada - Dia do Fim", decorreu no Estádio Nacional da Cidadela Desportiva, que tem capacidade para 70 mil pessoas, mas o evento tinha concentrados no local cerca de 250 mil.
 
Reconhecendo que a Igreja "está sob uma pressão muito grande", Felner Batalha reafirmou que a IURD garantiu todos os mecanismos de salvaguarda para a concentração de muitos populares, mas escusou-se a comentar sobre as razões da tragédia.
 
"São as normas internacionais: quando a capacidade do recinto já não dá mais, é levar as pessoas para onde previamente está indicado. Foi feito", frisou.
 
Segundo Felner Batalha, além das 70 mil pessoas esperadas para o culto, e que representam a lotação do Estádio da Cidadela, a IURD criou duas zonas, atrás das duas balizas, com espaço para mais 30 mil pessoas cada.
 
Entretanto, o Governo Provincial de Luanda anunciou também hoje a criação de uma comissão multissetorial de apoio às vítimas.
 
As comissões do GPL e da IURD deverão reunir ainda hoje, segundo disse à Lusa fonte daquela confissão religiosa.
 
Segundo informações dos hospitais em Luanda que receberam as vítimas, as mortes terão ocorrido por esmagamento e asfixia.
 
EL //JMR.
 

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