A tragédia em
Luanda, ocorrida no estádio sobrelotado com mais do triplo da sua capacidade,
numa cerimónia dos religiosos da IURD de Angola a que deram o nome de Dia do
Fim, torna evidente a irresponsabilidade e o fanatismo dos dirigentes daquela
seita religiosa – como de outras. Merecidamente podemos afirmar que se os
deuses não estão loucos decerto que os dirigentes da IURD de Angola estão. Em
Angola e em muitos mais países onde se implantaram.
Queiram ou não o
que se passa nestas manifestações religiosas que juntam dezenas e centenas de
milhares de pessoas é espetáculo, seja de fé ou por outro incentivo. Por tal,
compete aos organizadores acautelarem a segurança dos milhares de espetadores,
começando por respeitar as lotações convencionadas e todos os outros aspetos itens
envolventes. Deverá ser assim num espetáculo musical, num comício político ou,
como o caso, num espetáculo religioso.
É comum entre os
muçulmanos que vão a Meca no auge d sua religiosidade saírem de lá sem vida por
serem espezinhados. Talvez o mesmo aconteça um dia em Fátima (por exemplo )
quando a afluência dos católicos é mais intensa. Pode acontecer e acontece
sempre que a aglomeração de pessoas vai para além do razoável aos limites de
segurança. A loucura ou irresponsabilidade daqueles que não tomam em consideração
os perigos que rodeiam a existência de concentrações de moles imensas devia ser
penalizada criminalmente. Ainda mais quando todos sabem que em concentrações
daquele género existe um limite para que a segurança seja minimamente fiável e
que mesmo assim as escapatórias de fuga ou de simples saída dos locais devem
tomar em alta consideração as situações de pânico das massas aglomeradas ou
outros comportamentos humanos imprevisíveis que possam suceder e provoquem as
debandadas que levam aos espezinhamentos, ao salve-se quem puder, à morte de
muitos e aos ferimentos de outros.
Compete aos
governos, às autoridades, regulamentarem e fiscalizarem ativa e presencialmente aquelas
aglomerações e conterem os exageros. Isso foi o que não aconteceu em Luanda
neste triste caso do Dia do Fim da IURD. Uns e outros são responsáveis. Os da
IURD e as autoridades. Vão justificar-se como lhes convier, irresponsavelmente. Vai prevalecer a impunidade dos responsáveis, já
sabemos. (Redação PG)
IURD assumiu
previamente segurança no local de tragédia do "Dia do Fim" em Luanda
03 de Janeiro de
2013, 09:49
Luanda, 03 jan
(Lusa) - A Igreja Universal do Reino de Deus assumiu a responsabilidade pela
segurança no interior do recinto palco da tragédia de 31 de dezembro, em
Luanda, apresentado como vigília do "Dia do Fim", que provocou mais
de uma dezena de mortos.
A cerimónia da
IURD, designada "Vigília da Virada - Dia do Fim", decorreu no Estádio
Nacional da Cidadela Desportiva, que tem capacidade para 70 mil pessoas, mas
onde se concentraram cerca de 250 mil.
A informação consta
de uma declaração do Ministério do Interior angolano, que salienta ter a IURD
invocado a natureza religiosa do evento.
Na declaração, o
ministério salienta ter adotado os mecanismos de segurança habituais para eventos
que comportem a concentração de grande número de pessoas.
"Contudo, dada
a natureza religiosa do ato, a direção daquela Igreja manifestou interesse em
ser ela a assegurar a segurança no interior do estádio, tendo recrutado para o
efeito 300 elementos de autoproteção. Neste sentido, a Polícia Nacional ficou
com a responsabilidade do asseguramento da parte exterior do estádio",
acrescenta-se na declaração do ministério.
As autoridades
angolanas destacam que a concentração de populares para o evento resultou na
conclusão que o local escolhido "era insuficiente para acolher tal número
de fiéis, o que causou excessiva lotação na parte interior e a presença de um
elevadíssimo número na parte exterior do estádio".
O Ministério do
Interior anunciou ainda que foi ordenada à Direção Nacional de Investigação
Criminal (DNIC) a abertura de um inquérito para "apuramento dos factos e
responsabilidades", que será posteriormente submetido ao Ministério
Público.
O número de vítimas
na tragédia varia consoante a fonte, com a IURD a falar em 12, enquanto o
diário estatal Jornal de Angola escreveu na sua edição de quarta-feira que o
número de mortos era de 16 e o Governo Provincial de Luanda, citado pela
agência Angop, fixou aquele número em 13. O número de feridos é sempre igual:
120.
Na quarta-feira, em
conferência de imprensa, a IURD assumiu a responsabilidade das despesas com os
funerais.
"A Igreja já
começou a apoiar as famílias das vítimas. Está a fazê-lo e vai continuar até ao
último momento. Assumimos, vamos dizer, todas as despesas do óbito e o
principal apoio é o moral", disse o bispo Felner Batalha.
Segundo informações
dos hospitais em Luanda que receberam as vítimas, as mortes terão ocorrido por
esmagamento e asfixia.
EL // VM.
IURD assume todas
as despesas com famílias das vítimas de incidente do "Dia do Fim"
02 de Janeiro de
2013, 16:57
Luanda, 02 jan
(Lusa) - A Igreja Universal do Reino de Deus anunciou hoje em Luanda que assume
todas as despesas relacionadas com as vítimas do incidente do "Dia do
Fim", no passado dia 31, que provocou mais de uma dezena de mortos.
O anúncio foi feito
pelo bispo Felner Batalha, numa conferência de imprensa em que a IURD
reconheceu terem-se verificado 12 mortos e 120 feridos no incidente ocorrido na
cerimónia de passagem de ano promovida por aquela confissão religiosa.
O número de vítimas
varia consoante a fonte, com a IURD a falar em 12, enquanto o diário estatal
Jornal de Angola escreveu na sua edição de hoje que o número de mortos tinha
subido para 16, e o Governo Provincial de Luanda, citado pela agência Angop,
fixou aquele número em 13. O número de feridos é sempre igual: 120.
"A Igreja já
começou a apoiar as famílias das vítimas. Está a fazê-lo e vai continuar até ao
último momento. Assumimos, vamos dizer, todas as despesas do óbito e o
principal apoio é o moral", disse o bispo Felner Batalha.
"Para as
pessoas saberem que a Igreja não lhes virou as costas, está com eles. Para
estas famílias, o mais importante é saber que a Igreja, a direção da Igreja
está a sentir a dor deles", acrescentou.
Felner Batalha, que
tinha ao lado o bispo José Augusto Dias, principal responsável da IURD em
Angola, foi apresentado no encontro com a imprensa como porta-voz da Comissão
de Apoio às Vítimas, criada pela IURD.
A cerimónia da
IURD, designada "Vigília da Virada - Dia do Fim", decorreu no Estádio
Nacional da Cidadela Desportiva, que tem capacidade para 70 mil pessoas, mas o
evento tinha concentrados no local cerca de 250 mil.
Reconhecendo que a
Igreja "está sob uma pressão muito grande", Felner Batalha reafirmou
que a IURD garantiu todos os mecanismos de salvaguarda para a concentração de
muitos populares, mas escusou-se a comentar sobre as razões da tragédia.
"São as normas
internacionais: quando a capacidade do recinto já não dá mais, é levar as
pessoas para onde previamente está indicado. Foi feito", frisou.
Segundo Felner
Batalha, além das 70 mil pessoas esperadas para o culto, e que representam a
lotação do Estádio da Cidadela, a IURD criou duas zonas, atrás das duas
balizas, com espaço para mais 30 mil pessoas cada.
Entretanto, o Governo
Provincial de Luanda anunciou também hoje a criação de uma comissão
multissetorial de apoio às vítimas.
As comissões do GPL
e da IURD deverão reunir ainda hoje, segundo disse à Lusa fonte daquela
confissão religiosa.
Segundo informações
dos hospitais em Luanda que receberam as vítimas, as mortes terão ocorrido por
esmagamento e asfixia.
EL //JMR.
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