quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Bissau: Organizações da sociedade civil congratulam-se com nomeação de Horta

 

MB – SMA – Lusa, ontem
 
As organizações representativas da sociedade civil da Guiné-Bissau congratularam-se hoje com a nomeação do ex-presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, para o cargo de representante do secretário-geral da ONU no país.
 
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Luís Vaz Martins e Mamadu Quetá, vice-presidente do Movimento da Sociedade Civil para Paz e Democracia, afirmaram tratar-se de "uma escolha feliz e acertada" devido ao "percurso política e diplomático" de Ramos-Horta.
 
Os dois responsáveis entendem que o percurso de Ramos-Horta - prémio Nobel da Paz, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e Presidente de Timor-Leste - e ainda o facto de ser uma pessoa conhecedora da realidade guineense poderá fazer com que tenha "um bom desempenho" como representante do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau.
 
Promover o diálogo entre as diferentes forças vivas da nação guineense e ajudar na reforma do setor de defesa e segurança são algumas das tarefas imediatas que os dois responsáveis entendem devem ser prioridades de Ramos-Horta.
 
"O facto de o secretário-geral das Nações Unidas nomear uma pessoa do calibre de Ramos-Horta como seu representante, significa que o mundo não se esqueceu da Guiné-Bissau, como muita gente possa pensar, mas também é sinal de que a comunidade internacional se preocupa connosco", defendeu Luís Vaz Martins da Liga Guineense dos Direitos Humanos.
 
Mamadu Quetá, do Movimento da Sociedade Civil (plataforma que junta mais de cem organizações) diz, por seu lado, que não acredita que Ramos-Horta vá ter problemas com as atuais autoridades de transição pelo facto de vir de um país da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), organização que não reconhece as autoridades de transição instituídas na Guiné-Bissau com o golpe de Estado de 12 de abril.
 
"Pensamos que não terá problemas por ser um cidadão de um país lusófono", disse Mamadu Quetá.
 
O presidente da Liga dos Direitos Humanos afirma que "a craveira e a personalidade" de Ramos-Horta "ultrapassam as barreiras linguísticas ou de organizações" pelo que, acrescentou, os guineenses "terão um bom aliado" na tarefa de sensibilizar o mundo a apoiar o país.
 
José Ramos-Horta vem substituir Joseph Mutaboba, um diplomata ruandês, que terminou o mandato no passado dia 31 deste mês, na chefia da Uniogbis (Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau).
 

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