MB – SMA – Lusa,
ontem
As organizações
representativas da sociedade civil da Guiné-Bissau congratularam-se hoje com a
nomeação do ex-presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, para o cargo de
representante do secretário-geral da ONU no país.
Em declarações à
agência Lusa, o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Luís Vaz
Martins e Mamadu Quetá, vice-presidente do Movimento da Sociedade Civil para
Paz e Democracia, afirmaram tratar-se de "uma escolha feliz e
acertada" devido ao "percurso política e diplomático" de
Ramos-Horta.
Os dois
responsáveis entendem que o percurso de Ramos-Horta - prémio Nobel da Paz,
antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e Presidente de Timor-Leste - e ainda
o facto de ser uma pessoa conhecedora da realidade guineense poderá fazer com
que tenha "um bom desempenho" como representante do secretário-geral
da ONU na Guiné-Bissau.
Promover o diálogo
entre as diferentes forças vivas da nação guineense e ajudar na reforma do
setor de defesa e segurança são algumas das tarefas imediatas que os dois
responsáveis entendem devem ser prioridades de Ramos-Horta.
"O facto de o
secretário-geral das Nações Unidas nomear uma pessoa do calibre de Ramos-Horta
como seu representante, significa que o mundo não se esqueceu da Guiné-Bissau,
como muita gente possa pensar, mas também é sinal de que a comunidade
internacional se preocupa connosco", defendeu Luís Vaz Martins da Liga
Guineense dos Direitos Humanos.
Mamadu Quetá, do
Movimento da Sociedade Civil (plataforma que junta mais de cem organizações)
diz, por seu lado, que não acredita que Ramos-Horta vá ter problemas com as
atuais autoridades de transição pelo facto de vir de um país da Comunidade de
Países de Língua Portuguesa (CPLP), organização que não reconhece as
autoridades de transição instituídas na Guiné-Bissau com o golpe de Estado de
12 de abril.
"Pensamos que
não terá problemas por ser um cidadão de um país lusófono", disse Mamadu
Quetá.
O presidente da
Liga dos Direitos Humanos afirma que "a craveira e a personalidade"
de Ramos-Horta "ultrapassam as barreiras linguísticas ou de
organizações" pelo que, acrescentou, os guineenses "terão um bom
aliado" na tarefa de sensibilizar o mundo a apoiar o país.
José Ramos-Horta
vem substituir Joseph Mutaboba, um diplomata ruandês, que terminou o mandato no
passado dia 31 deste mês, na chefia da Uniogbis (Gabinete Integrado das Nações
Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau).
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