quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Portugal - PSP - RTP: PGR CONFIRMA ABUSO DA POLÍCIA NO CASO DOS "BRUTOS"




Decisão de pedir 'brutos' de imagens para investigações cabe ao Ministério Público e não à polícia, diz PGR

Jornal i – Lusa

O Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República disse hoje que a decisão de pedir imagens não editadas às televisões para investigações criminais compete ao Ministério Público e não à polícia, num texto referente ao caso envolvendo a RTP.

"Os órgãos de polícia criminal apenas podem praticar atos de investigação criminal ao abrigo de despacho de delegação de competência depois da comunicação da notícia do crime ao Ministério Público", diz o parecer da PGR divulgado hoje à noite na página oficial do Governo.

O parecer foi pedido pelo ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, na sequência da polémica do acesso pela PSP às imagens televisivas não editadas ('brutos') da RTP dos incidentes ocorridos a 14 de novembro junto à Assembleia da República.

No texto, o Conselho Consultivo da PGR diz também que "não é admissível que órgãos de policia criminal, por iniciativa própria dirigida à prossecução de finalidades do processo penal, interpelem elementos de órgão de comunicação social com vista ao visionamento de imagens que estão na sua posse".

Desse modo, a "interpelação de jornalistas, diretores de informação, administradores ou gerentes de entidade proprietária" do órgão de comunicação social "integra a competência reservada da autoridade judiciária que dirige o processo".

O parecer é assinado pela Procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, e por outros oito elementos do Conselho Consultivo.

Em nota divulgada esta noite, o Ministério da Administração Interna diz que o parecer do Conselho Consultivo da PGR foi homologado pelo ministro Miguel Macedo e será agora publicado em Diário da República, "vinculando os órgãos de polícia criminal dependentes do MAI".

No dia 14 de novembro, e após uma manifestação da CGTP, dezenas de manifestantes apedrejaram a polícia e esta respondeu com uma carga policial. Dos confrontos resultaram nove detidos, 21 pessoas identificadas e 48 feridos, dos quais 21 elementos da PSP.

O Conselho Consultivo da PGR é formado pela Procuradora-Geral da República, que preside, e por procuradores-gerais adjuntos, sendo nove o número total de membros.

Os pareceres do Conselho Consultivo exercem um papel de relevo na uniformização da jurisprudência e na clarificação do direito.

*Titulo PG

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