LÁZARO PINDUCA - Maka Angola - FEVEREIRO
2, 2013
O governador da
Huíla, Marcelino Tyipinge, é acusado, em surdina, por alguns dos seus mais
directos colaboradores de estar a violar a Lei Geral do Trabalho. Ordena-lhes
para que se mantenham nos seus postos de serviço depois das horas normais de
expediente, sem, no entanto, expedir instruções ou tarefas.
Além disso, desde
Outubro passado, Marcelino Tyipinge continua a dar primazia à sua função de
representante máximo do MPLA na província da Huíla, na qualidade de seu
primeiro-secretário. De forma ostensiva e regular, nas horas normais de
expediente, o governador exerce funções na sede provincial do MPLA. Tyipinge
dirige o MPLA, na Huíla, há 30 anos.
“Sinceramente, não
sabemos como reclamar. Às vezes temos de sair do serviço às 19h00 devido à hora
tardia em que o governador se apresenta no serviço. Só nessa altura ele começa
a despachar documentos e a baixar orientações”, revelou um alto funcionário do
seu gabinete, sob anonimato. A Lei Geral do Trabalho estabelece um horário de
trabalho das 8h00 às 15h30.
O comportamento de Marcelino Tyipinge tornou-se ainda mais problemático devido
ao pronunciamento recente do Presidente da República e do MPLA, José Eduardo
dos Santos, na sexta reunião do Comité Central do MPLA.
Segundo o líder do
MPLA: “A política de nomeação de quadros para cargos políticos e de direcção e
chefia na Administração Pública é, muitas vezes, vinculada a cargos electivos
partidários, mas, nem sempre, o perfil destes, que estão mais familiarizados
com o trabalho político de massas e de organização e funcionamento interno, é
adequado para as tarefas técnico-administrativas e para exercer a autoridade do
Estado ao seu nível”.
Apesar dessa
constatação, Marcelino Tyipinge deverá manter-se imperturbado no cargo de
governador da Huíla.
Do mesmo modo, Marcelino
Tyipinge não se sentiu afectado quando foi exposto publicamente como falso tenente-general, com
direito a pensão na Caixa Social das Forças Armadas Angolanas (FAA), sem ter
cumprido serviço militar.
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