quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

AS ELEIÇÕES EM ISRAEL – 2013



Rui Peralta, Luanda

As intenções de voto apontam para a maioria absoluta das forças ultranacionalista e ultraortodoxas sionistas. É a radicalização de há muito pressentida, na sociedade israelita, um aglomerado de sete milhões e quinhentos mil habitantes, um mosaico étnico, um labirinto de guetos, abençoados pelo Estado Bíblico do Senhor dos Exércitos, protector dos órfãos da diáspora e do holocausto.
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A estas eleições de 2013 concorrem: o LIKUD, partido do actual governo (em desespero pela conquista dos votos das comunidades ultraortodoxas), que no seu discurso eleitoral opõem-se a qualquer tratado de paz e ao desmantelamento dos colonatos; os ultranacionalistas do Habait Hayehudi, defensor da opção bélica; o Beitenud Israel, aliado do LIKUD e que conta com as simpatias das comunidades judaicas provenientes da Rússia (consta do programa deste partido o corte do fornecimento de água e de electricidade aos Palestinianos, assim como o seu transporte para a Jordânia); o Partido Ultraortodoxo Sefardi; o Judaísmo Unido da Torá; o Yahadut Hatora, apoiado pelos judeus ortodoxos provenientes da Lituânia; o KADIMA; o Hatnuah, partido centrista, dissidente do KADIMA; o Avodá, trabalhista; o Atzmaut, uma dissidência trabalhista, dirigida por Ehud Barak; o Meretz, da esquerda democrática, defensor da paz; o Zehava Galon, outra força de esquerda, pacifista; o HADASH, comunista; o Shinuhi, um partido laico; a coligação Al Balad / Raam Taal, apoiada pela comunidade árabe de Israel e uma miríade de pequenos partidos sem qualquer hipótese de obterem representação parlamentar.
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Os temas dominantes desta campanha têm sido: o programa nuclear iraniano; o apoio iraniano ao Hamas, na faixa de Gaza e todos os temas relacionados com a ocupação (colonatos, deslocação de populações, etc.)
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Como as forças politicas defensoras de posições pacíficas säo minoritárias e sem grande expressão eleitoral, o grande objectivo destas eleições será a legitimação da violência, dos bombardeamentos, dos assassínios selectivos, das detenções ilegais e da continuidade do genocídio provocado pela ocupação.
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OS votos depositados nas urnas representarão novos muros, fossos, cercas electrificadas, mais checkpoints, mais exclusão, mais apartheid…É a barbárie do Povo Eleito.
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O proletariado israelita sofre com os efeitos das políticas neoliberais dos governos de direita. Marginalização social, precariedade laboral, o altíssimo custo de vida…
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Em 2012 foram realizadas, nas principais cidades israelitas, enormes manifestações, exigindo a redução das despesas militares, dos impostos sobre os assalariados, por melhores condições de habitação, educação e saúde públicas. Milhares de famílias subsistem com ajuda de subsídios, sujeitos a cortes orçamentais.
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Israel é uma sociedade mergulhada numa profunda crise social e cultural. O triunfo político da extrema-direita sionista é uma hecatombe para todo o Médio Oriente. Aos Palestinianos näo resta outra alternativa senão a luta armada. O discurso e as políticas postas em práctica pela elite sionista (e pelos sues cúmplices norte-americanos, sejam obamistas ou conservadores), sempre indisponível para a paz e sempre preparada para a guerra, a isso obrigam.

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