FP – VM - Lusa
Bissau, 05 fev
(Lusa) - O ministro das Finanças do Governo da Guiné-Bissau deposto no golpe de
Estado de 12 de abril foi detido em Bissau e está hoje a ser ouvido pelo
Ministério Público, disse à Lusa fonte judicial.
José Mário Vaz era
o ministro das Finanças no Governo de Carlos Gomes Júnior e não tem estado na
Guiné-Bissau, onde regressou há menos de um mês. Foi detido na segunda-feira na
sua terra natal, Calequisse, a norte de Bissau, segundo a fonte para evitar que
saísse de novo do país.
As autoridades
judiciais, disse a fonte, querem saber o paradeiro de uma ajuda orçamental
angolana de 12,5 milhões de dólares (9,1 milhões de euros) que nunca chegou a
entrar nos cofres do Estado.
"Esse dinheiro
não se repercutiu nas Finanças, o apoio orçamental não apareceu, não há rastos,
é preciso que ele explique o paradeiro", disse a fonte, acrescentando que
o ministro deposto também deve explicar o porquê de não haver pagamento de
renda do edifício onde está atualmente a funcionar a RTP-África.
A fonte salientou
que Mário Vaz foi detido para ser ouvido pelo Ministério Público e que só
depois das investigações se poderá ou não aplicar uma pena. "Pode ficar em
liberdade, ou ficar com termo de identidade e residência", disse.
O termo de
identidade e residência foi aplicado também nos últimos dias a Odete Semedo,
que era chefe de gabinete de Raimundo Pereira, Presidente interino deposto no
golpe de Estado de 12 de abril do ano passado.
Odete Semedo, disse
a fonte, terá levantado, em dois meses, 350 milhões de francos CFA (mais de 500
mil euros). "A quatro de abril do ano passado levantou no banco 200
milhões de francos (305 mil euros). Não se sabe para quê", explicou.
Questionada sobre
se o Ministério Público está a perseguir elementos ligados ao anterior Governo
a fonte disse que não e acrescentou que do atual Governo já foram ouvidos três
ministros.
"Fernando Vaz,
ministro da presidência, José Biai, ministro da Economia, e Abubacar Demba
Dahaba, ministro das Finanças, já foram ouvidos pelo Ministério Público no
âmbito da investigação de vários casos", disse a fonte.
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