JCS – VM - Lusa
Macau, China, 05
fev (Lusa) - Os pais do jovem português Luis Amorim, que apareceu morto em
setembro de 2007 numa avenida marginal de Macau, intentaram uma ação em
tribunal contra as autoridades locais "por danos" causados à família.
De acordo com o
Jornal Tribuna de Macau, a ação já corre no Tribunal Administrativo, e, em
declarações à agência Lusa, o pai do jovem, José Amorim, atualmente a residir
em Portugal, explicou que se trata de um processo que "visa
responsabilizar todos os intervenientes no processo que assumiram posições que
inviabilizaram a descoberta da verdade".
Desde as primeiras
horas que a tese defendida pelas autoridades de Macau é a de suicídio com queda
de grande altura, da ponte Nobre de Carvalho para a estrada que passa por baixo
daquela ligação entre Macau e a ilha da Taipa.
Os pais sempre
contestaram a ideia de suicídio defendida em Macau, pediram, já em Portugal,
uma avaliação das causas de morte através da análise das fotografias tiradas ao
corpo e aos diversos vestígios deixados na roupa, em que o Instituto de
Medicina Legal concluiu que as provas e a tese de suicídio não eram compatíveis.
Insistindo na ideia
de que o filho foi morto, o casal Amorim pediu a reabertura da investigação,
insistiu numa nova autópsia, que apenas conseguiu por ordem das autoridades
portuguesas, já que Macau sempre recusou essa possibilidade.
Feita a segunda
autópsia, as conclusões reforçaram a tese de homicídio, também, segundo José
Amorim, corroborada pela investigação da Polícia Judiciária portuguesa que
ouviu os colegas de Luís Amorim e os técnicos do Instituto de Medicina Legal
portugueses.
José Amorim referiu
que a família apenas pretende saber o que aconteceu no dia da morte do jovem,
sendo certo que "o Luís não se suicidou é estranho que perante as provas
apresentadas as autoridades de Macau não queiram apurar o que verdadeiramente
aconteceu", isto mesmo "depois de o Procurador ter apontado falhas na
investigação" ao caso.
É que recorda José
Amorim acrescentou o próprio Ministério Público de Macau salientou que o agente
da PSP que chegou primeiro ao local não protegeu a zona como devia ter feito
para a recolha de provas e a Polícia Judiciária não enviou uma equipa
especializada na recolha de provas para investigação do caso.
"Por todas
estas falhas, pela recusa em investigar a verdade, pelas mentiras escritas e
pela memória do nosso filho que foi assassinado, levamos este caso à justiça
sem personalizar em ninguém, mas contra todos aqueles que não fizeram o
trabalho que deviam ter feito para a descoberta da verdade", acrescentou
José Amorim.
*Também publicado
no TIMOR LOROSAE NAÇÃO – com mais noticiário
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