terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Pais de jovem português que apareceu morto em 2007 em Macau processam autoridades




JCS – VM - Lusa

Macau, China, 05 fev (Lusa) - Os pais do jovem português Luis Amorim, que apareceu morto em setembro de 2007 numa avenida marginal de Macau, intentaram uma ação em tribunal contra as autoridades locais "por danos" causados à família.

De acordo com o Jornal Tribuna de Macau, a ação já corre no Tribunal Administrativo, e, em declarações à agência Lusa, o pai do jovem, José Amorim, atualmente a residir em Portugal, explicou que se trata de um processo que "visa responsabilizar todos os intervenientes no processo que assumiram posições que inviabilizaram a descoberta da verdade".

Desde as primeiras horas que a tese defendida pelas autoridades de Macau é a de suicídio com queda de grande altura, da ponte Nobre de Carvalho para a estrada que passa por baixo daquela ligação entre Macau e a ilha da Taipa.

Os pais sempre contestaram a ideia de suicídio defendida em Macau, pediram, já em Portugal, uma avaliação das causas de morte através da análise das fotografias tiradas ao corpo e aos diversos vestígios deixados na roupa, em que o Instituto de Medicina Legal concluiu que as provas e a tese de suicídio não eram compatíveis.

Insistindo na ideia de que o filho foi morto, o casal Amorim pediu a reabertura da investigação, insistiu numa nova autópsia, que apenas conseguiu por ordem das autoridades portuguesas, já que Macau sempre recusou essa possibilidade.

Feita a segunda autópsia, as conclusões reforçaram a tese de homicídio, também, segundo José Amorim, corroborada pela investigação da Polícia Judiciária portuguesa que ouviu os colegas de Luís Amorim e os técnicos do Instituto de Medicina Legal portugueses.

José Amorim referiu que a família apenas pretende saber o que aconteceu no dia da morte do jovem, sendo certo que "o Luís não se suicidou é estranho que perante as provas apresentadas as autoridades de Macau não queiram apurar o que verdadeiramente aconteceu", isto mesmo "depois de o Procurador ter apontado falhas na investigação" ao caso.

É que recorda José Amorim acrescentou o próprio Ministério Público de Macau salientou que o agente da PSP que chegou primeiro ao local não protegeu a zona como devia ter feito para a recolha de provas e a Polícia Judiciária não enviou uma equipa especializada na recolha de provas para investigação do caso.

"Por todas estas falhas, pela recusa em investigar a verdade, pelas mentiras escritas e pela memória do nosso filho que foi assassinado, levamos este caso à justiça sem personalizar em ninguém, mas contra todos aqueles que não fizeram o trabalho que deviam ter feito para a descoberta da verdade", acrescentou José Amorim.

*Também publicado no TIMOR LOROSAE NAÇÃO – com mais noticiário

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