Jornal de Notícias - Lusa
Francisco José
Viegas, ex-secretário de Estado da Cultura do governo de Pedro Passos Coelho,
criticou, esta quinta-feira, a intenção de multar quem não pedir fatura,
dizendo no seu blogue que terá de pedir ao fiscal "para ir tomar no
cu".
Em reação a este
comentário, o ministro dos Assuntos Parlamentares disse, esta quinta-feira,
respeitar as opiniões de todos os portugueses, mas escusou-se a comentar as
críticas do ex-secretário de Estado da Cultura.
Questionado na
conferência de imprensa realizada no final do conselho de ministros sobre as
palavras do antigo secretário de Estado da Cultura, o ministro adjunto e dos
Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, disse não ter tido oportunidade de ler
as críticas de Francisco José Viegas, mas sublinhou que respeita "qualquer
e todas as opiniões que são assumidas".
"Respeito e
respeitamos a opinião de todos os portugueses, tenham ou não feito parte de
Governos ou deste Governo em particular, sabemos que muitas medidas são medidas
difíceis, delicadas, mas compete a quem tem responsabilidades de governar saber
assumi-las e estar à altura das responsabilidades", afirmou Miguel Relvas.
O ex-secretário de
Estado da Cultura Francisco José Viegas recorreu esta quinta-feira a uma
expressão considerada insultuosa para criticar, no seu blogue, "A Origem
das Espécies", a intenção do Governo de multar quem não pedir faturas, num
"post' intitulado "No Estado, o absurdo não paga imposto?".
Sob a forma de
carta aberta ao secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, o jornalista e
escritor escreveu: "Caro Paulo Núncio: queria apenas avisar que, se por
acaso, algum senhor da Autoridade Tributária e Aduaneira tentar «fiscalizar-me»
à saída de uma loja, um café, um restaurante ou um bordel (quando forem
legalizados) com o simpático objetivo de ver se eu pedi fatura das despesas
realizadas, lhe responderei que, com pena minha pela evidente má criação, terei
de lhe pedir para ir tomar no cu, ou, em alternativa, que peça a minha detenção
por desobediência".
No mesmo
"post' acrescentou: "Ele, pobre funcionário, não tem culpa nenhuma;
mas se a Autoridade Tributária e Aduaneira quiser cruzar informações sobre a
vida dos cidadãos, primeiro que verifique se a C. N. de Proteção de Dados já
deu o aval, depois que pague pela informação a quem quiser dá-la".
A Lusa tentou
contactar Francisco José Viegas, até ao momento sem sucesso.
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