Económico com Lusa
A taxa de pobreza
em Portugal é superior à média da União Europeia a 27 (UE27), atingindo o 20.º
lugar, sendo ultrapassada apenas pelos valores de Itália, Grécia, Lituânia,
Bulgária, Espanha, Roménia e Letónia.
De acordo com o
relatório "O impacto da crise europeia", da Cáritas Europa, a taxa de
risco de pobreza em Portugal situava-se nos 17,9%, em 2010, quando a média
europeia da UE27 era de 16,4%.
A taxa de risco de
pobreza em Portugal caiu entre 2004 e 2009, ano em que se situava nos 17,9%,
valor que se manteve até 2010. Em 2011 subiu para 18%, o que representa mais de
1,9 milhões de pessoas.
"Este aumento
acontece não obstante o facto de o limiar da pobreza ter baixado, entre 2010 e
2011, em linha com uma quebra generalizada dos rendimentos", explica o
documento.
Ao mesmo tempo, a
taxa de pobreza em Portugal para as pessoas que trabalham, mas que ainda não
ganham o suficiente para estar acima do limiar da pobreza, era de 10,3% em 2011,
situando-se acima da média europeia (8,4% em 2010), segundos os dados de 2012
do Eurostat, citados pela Cáritas.
Na população das
pessoas com 65 ou mais anos, o risco era de 21%, em 2010, e os dados mais
recentes sugerem uma taxa de 20%, em 2011, semelhante à taxa de 2009 e superior
à média da UE27 (16% em 2010).
"Mesmo que a
taxa tenha diminuído, ainda permanece consideravelmente superior à taxa para a
população em idade ativa (18-64 anos), fixando-se nos 15,7%", adianta o
documento.
Houve também uma
diferença de 3,4 pontos percentuais entre o risco de pobreza em homens mais
velhos (18%), em 2010, e para as mulheres mais velhas (21,4%), segundo o
Eurostat.
Da mesma forma, em
2010, as mulheres mais velhas eram mais propensas a sofrerem privação material
grave (10,8%), contra os 7,9%, nos homens mais velhos.
O relatório analisa
o impacto da crise económica e das medidas políticas tomadas para a enfrentar,
em particular nos cinco países "mais severamente afetados": Grécia,
Irlanda, Itália, Portugal e Espanha.
O documento aponta
para o cenário de uma Europa onde os riscos sociais estão a aumentar, os
sistemas sociais estão a ser pressionados e os indivíduos e as famílias estão
colocados numa situação de enorme tensão. Conclui ainda que "a prioridade
das políticas de austeridade não está a funcionar e será necessário procurar
alternativas".
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