PYJ – JGJ – Lusa
com foto Arménio Belo
O deputado
comunista Honório Novo denunciou hoje existir uma estratégia
"coletiva" e "premeditada" para "destruir" os
Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), mas insiste na necessidade de ser
preparado um plano alternativo.
"Estamos
perante um ato de premeditação coletiva no sentido de destruir esta empresa,
através de um processo de reprivatização inqualificável ou por vias que não
criam alternativas", afirmou o deputado do PCP, após uma visita aos ENVC.
Honório Novo
reuniu-se com a administração da empresa e representantes dos 625
trabalhadores, encontro que teve o "objetivo" de "alertar a
opinião pública para um verdadeiro ato de sabotagem económica" praticado
sobre a empresa pública, que se encontra parada, apesar de ter um contrato de
128 milhões de euros por executar, há cerca de dois anos.
"Viemos aos
estaleiros confirmar uma situação absolutamente escandalosa, de degradação
empresarial que está a ocorrer de há dois ou três anos a esta parte e que se
tem agravado nos últimos meses. É uma aposta irresponsável do Governo num
processo de reprivatização que está a conduzir a uma situação
insustentável", disse ainda.
A indefinição sobre
o futuro dos estaleiros já levou os trabalhadores a convocarem uma manifestação
pública para a próxima quarta-feira, em defesa da viabilização da empresa.
O protesto, o
quarto do género em cerca de dois anos, decorrerá precisamente no mesmo dia em
que o ministro da Defesa José Pedro Aguiar-Branco vai prestar esclarecimentos
aos deputados, no parlamento, sobre a situação dos ENVC, precisamente sob
proposta de Honório Novo.
"Há cada vez
mais necessidade de gizar um plano alternativo ao da privatização que modernize
a capacidade de resposta dos estaleiros", sublinhou ainda o deputado do
PCP, a propósito da chamada do ministro ao parlamento.
Os ENVC estão em
processo de reprivatização há mais de um ano, mas o negócio foi suspenso em
dezembro devido à investigação lançada pela Comissão Europeia aos apoios estatais
de 180 milhões de euros, atribuídos aos ENVC entre 2006 e 2010.
Estas dúvidas já
levaram o grupo brasileiro Rio Nave a desistir do negócio, permanecendo na corrida
à venda da empresa apenas os russos da RSI Trading.
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