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Bissau, 07 fev
(Lusa) - O Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, reuniu-se
hoje durante mais de cinco horas com representantes de vários sindicatos do
país para análise do processo de transição decorrente do golpe de Estado de
abril passado.
Em declarações aos
jornalistas, à saída do encontro, Estêvão Có e Filomeno Cabral, responsáveis
das duas maiores centrais sindicais do país, afirmaram que o Presidente Serifo
Nhamadjo quer saber qual a sensibilidade dos sindicatos sobre o processo de
transição e desta forma ter uma ideia global do país.
A ideia do chefe de
Estado guineense, disse Filomeno Cabral, secretário-geral da Confederação Geral
dos Sindicatos Independentes (CGSI), "é ter uma apreciação geral de todas
as franjas" do país sobre o andamento da transição antes de partir para a
cimeira da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) a 27
deste mês.
Nos últimos dias o
Presidente de transição guineense tem estado em presidência aberta pelo
interior do país.
De regresso a
Bissau presidiu, no sábado e no domingo, a duas reuniões com o Governo e
chefias militares. Em todas as ocasiões se tem falado do período de transição
e, sobretudo, da necessidade de ser alargado, já que tecnicamente será
impossível realizar eleições gerais na data prevista, em abril próximo.
O secretário-geral
da UNTG (União Nacional dos Trabalhadores da Guiné), Estêvão Có, disse ter dito
ao Presidente de transição que concorda que as eleições sejam realizadas
"só depois de o Estado estar organizado".
"Realizar
eleições na data marcada (abril deste ano) é enganarmo-nos uns aos
outros", afirmou.
"Primeiro é
preciso organizar o Estado e só depois realizar eleições que serão aceites por
toda gente", observou o secretário-geral da UNTG, maior central sindical
do país.
Mas, antes, Estêvão
Có quer ver o Estado guineense a promover "uma verdadeira reforma" da
administração pública, a introduzir uma nova grelha salarial no país e a fixar
um novo salário mínimo nacional.
Além dos dois
sindicatos dos trabalhadores da função pública estiveram presente no encontro a
ordem dos advogados e os sindicatos dos professores, dos motoristas e dos
jornalistas, entre outras organizações representativas.
O encontro deve ser
retomado nos próximos dias.
"É um encontro
de busca de soluções internas. Dissemos ao Presidente ser pertinente este tipo
de debate. Devemos voltar a conversar, pois há toda a necessidade de haver um
pacto social, um pacto de regime. Dissemos ao Presidente que vamos refletir e voltar
com uma proposta concreta", afirmou Filomeno Cabral.
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