Il Sole-24 Ore,
Ziarul Financiar, Les Echos – Presseurop – imagem Bojesen
Reunidos em
Bruxelas para falar do crescimento, os chefes de Estado e de governo não
decidiram nada que permita dar um novo alento à Europa, esgotada pela crise e
pela austeridade, lamenta a imprensa europeia.
O Conselho Europeu
de 14 de março, dedicado ao crescimento, foi mais uma "cimeira
previsível", escreve o jornal Il Sole-24 Ore. Apesar dos maus indicadores
relativos ao desemprego e à produção, e dos manifestantes vindos de toda a
Europa até Bruxelas, a reunião decorreu em tom de business as usual, salienta
este jornal, que acrescenta:
As conclusões
estavam pré-definidas: um pouco de flexibilidade nas regras antidéfice e,
sobretudo, no que se refere à redução do desemprego dos jovens, o mantra do
momento. […] Nada de rasgos nem de surpresas. Como se a Europa não estivesse a
agonizar na recessão pelo segundo ano consecutivo. […] Seria preciso um pouco
de imprevisto com um toque de génio, uma vontade comum pouco habitual, para
fazer a Europa sair do túnel da crise, com menos conversas e algumas medidas
concretas.
"A Europa está
condenada a continuar no caminho da austeridade, aberto pela Alemanha para
fazer a União Europeia sair da crise", acrescenta
o Ziarul Financiar. "Era evidente, depois de a Alemanha ter apresentado
um orçamento exemplar, que faz prever o défice mais baixo dos últimos 40
anos". Acrescenta o diário romeno:
O preço a pagar é
doloroso para toda a UE: desemprego dos jovens por quase toda a parte e
recessões espantosas em todos os países duramente atingidos pela crise… E, além
disso, a Alemanha segue na mesma via, exigindo que a expressão ‘consolidação
orçamental’, ou seja, austeridade orientada para o crescimento, seja referida
nada menos de quatro vezes nas conclusões da cimeira!
Desde a assinatura
do Pacto de Crescimento, [em junho passado] (2265591), "não houve
progressos", lamenta
também o jornal Les Echos. Este diário económico recorda
designadamente que os "project bonds", isto é, "os
financiamentos obrigacionistas criados para apoiar grandes projetos de
infraestruturas – continuam no limbo, apesar de a primeira fase sido prevista
para outubro passado”.
O mesmo jornal
divisa, no entanto, uma esperança, depois deste Conselho Europeu, em especial porque
"a França e a Itália conseguiram alguma indulgência dos seus
parceiros" em matéria de défice público:
Algumas das suas
pretensões [foram] contempladas nas conclusões da cimeira. Assim, a França viu
com agrado a referência, no texto final, à “necessidade de uma consolidação
orçamental diferenciada, centrada no crescimento”, [o que] abre caminho a uma
certa flexibilidade na aplicação do objetivo do défice inferior a 3% […]. Por
seu turno, a Itália fez pressão para que o texto final reconhecesse o estatuto
especial dos investimentos públicos prospetivos no cálculo dos défices.
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