MB – VM - Lusa
Bissau, 08 mar
(Lusa) - O Movimento da Sociedade Civil da Guiné-Bissau organiza a partir de
hoje e até dia 15 encontros com os militares para falar das causas da
instabilidade no país, disse à Lusa Mamadu Quetá, vice-presidente da
organização.
De acordo com
Mamadu Quetá, que é também o porta-voz do Movimento da Sociedade Civil guineense
(plataforma que congrega mais de cem organizações), pretende-se juntar na mesma
sala os militares, os políticos, os líderes religiosos e tradicionais, a
juventude e as mulheres para falarem "olhos nos olhos das causas da
instabilidade" no país.
"Depois de
várias situações de conflito que o país conheceu, onde os principais
protagonistas foram os militares, há uma desconfiança visível da sociedade
civil em relação aos militares. É preciso reverter isso na base do diálogo e
concertação permanente", defendeu Quetá.
A ideia, adiantou o
porta-voz do Movimento da Sociedade Civil, "é pôr toda a gente a explicar
na sua perspetiva quem é o responsável pela instabilidade", mas sempre
"num clima de respeito".
"Alguns
apontam os militares e outros os políticos como responsáveis pela instabilidade
e numa mesa vai-se discutir isso de forma franca", observou, assinalando
que a iniciativa, patrocinada pelo Presidente de transição, Serifo Nhamadjo,
visa dar uma nova imagem do país.
"Estamos a
trabalhar para a emergência de cultura de paz no país e desta forma criar um
clima de confiança entre os militares e a sociedade civil", defendeu o
porta-voz do movimento.
Os encontros, que
devem ser iniciados hoje na cidade de Buba, sul do país, vão decorrer também em
Mansoa, Bafatá e Bissau. As conclusões serão remetidas às autoridades do país,
aos líderes políticos e aos representantes das instituições da comunidade
internacional, afirmou Mamadu Quetá.
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