terça-feira, 5 de março de 2013

PGR ANGOLANO DIZ QUE INVESTIGAÇÃO PORTUGUESA RESULTA DE MAL-ENTENDIDOS





O procurador-geral da República de Angola considera que houve "mal-entendidos" na sequência da notícia sobre a investigação de que é alvo por parte do Ministério Público português, informou na segunda-feira em Luanda a agência noticiosa Angop.

"O assunto que deu origem a uma série de mal-entendidos, com origem numa notícia da imprensa portuguesa, certamente que está a ser resolvido pelos órgãos competentes e, por isso, vamos aguardar que se fale em concreto das conclusões que se vão tirar deste mal-entendido caso", disse João Maria de Sousa, citado pela Angop à chegada a Luanda na segunda-feira proveniente do estrangeiro.

Em causa estão os efeitos da notícia publicada pelo semanário Expresso na edição de 23 de fevereiro, em que se referia que João Maria de Sousa estava a ser investigado pelo Ministério Público de Portugal, por alegada "suspeita de fraude e branqueamento de capitais".

Nas declarações à Angop, o PGR angolano considera ter havido "má-fé" na divulgação da notícia do Expresso, que visou "manchar o bom nome do procurador-geral, de entidades nacionais e até do Estado angolano", pelo que aguarda as conclusões, noticiou a agência angolana.

A Angop acrescentou que "muitos assuntos" ligados ao relacionamento luso-angolano "estão na mesa". Na sequência da notícia de 23 de Fevereiro do Expresso, o estatal Jornal de Angola, em duas ocasiões, nos dias 25 e 27 de Fevereiro, criticou duramente a fuga de informação e as relações bilaterais. No editorial publicado a 27 de Fevereiro, o Jornal de Angola defendeu o fim dos investimentos angolanos em Portugal, considerando que ao contrário de outros, o investidor angolano não é bem-vindo.

Sob o título "Alvos selectivos", o editorial do único diário que se publica em Angola defende ainda que Portugal "não é de confiança". Dois dias antes, José Ribeiro, director daquele diário, disse "desconfiar" da boa-fé de Portugal nas relações com Angola, e referiu haver "perseguições" aos interesses angolanos.

João Maria de Sousa reagiu, num comunicado enviado dia 25 de Fevereiro à agência Lusa em Luanda, classificando como "despudorada" e "desavergonhada" a forma como o segredo de justiça foi "sistematicamente violado" em Portugal em casos relativos a "honrados" cidadãos angolanos.

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