Carlos Abreu –
Expresso – foto Manuel de Almeida/Lusa
Protesto de dia 20,
frente à residência oficial do primeiro-ministro, poderá marcar o início de uma
vaga de contestação dos militares ao Governo. Leia a "carta" que será
entregue a Passos Coelho.
Com uma
concentração já marcada para 20 de março frente à residência oficial do
primeiro-ministro, os militares não excluem a realização de novos protestos.
"Todos os
cenários estão em cima da mesa, da elaboração de uma simples exposição à
presença na rua", disse ao Expresso Lima Coelho da Associação Nacional de
Sargentos.
Os sargentos
garantem ainda que vão estar a avaliar a situação "constantemente"
com as outras associações de militares (oficiais e praças) mas que "a bola
está agora no campo do primeiro-ministro a quem irão entregar, 20 de março,
pelas 17h30, a resolução ontem votada no encontro que decorreu no Pavilhão de
Desportos de Almada.
Nesse documento
subscrito pelas três associações de militares lembram que "nunca
procuraram eximir-se aos sacrifícios impostos a quase todos os
portugueses" e alertam a opinião pública para a "descaracterização e
desarticulação das Forças Armadas". Manifestam ainda a sua
"indignação pela forma como o Sr. MDN [Ministro da Defesa Nacional] atua e
permite que se atue perante a opinião pública, esquecendo o dever de
tutela".
Ao Expresso, Lima
Coelho lembrou, por exemplo, o que diz ser o "incumprimentos da lei
orgânica" por parte de Aguiar-Branco, ao não escutar o que as associações
de militares têm para dizer sobre a anunciada reforma das Forças Armadas.
"Não estamos
de forma alguma contra a reestruturação da Forças Armadas, mas não podemos
deixar de questionar a forma com está a ser feita", disse Lima Coelho.
"As Forças
Armadas não são uma qualquer empresa em que se reduz as horas de trabalho para
conter gastos", acrescentou e deu exemplos: "As equipas de busca e
salvamento da Força Aérea têm de treinar todos os dias para poderem com sucesso
cumprir as suas missões. Os paraquedistas têm de saltar e os pilotos de
realizar horas mínimas de voo para estarem operacionais".
"Os militares
não podem estar sentados à espera que soe o sinal de alarme", rematou.
1 comentário:
PORTUGAL EM ECLIPSE TOTAL!!!
Para o Ministério da Defesa Português as FAP não têm vida para além dos compromissos no quadro da OTAN e da Europa!
Não existe a responsabilidade sobre o triângulo marítimo entre o Continente, a Madeira e os Açores, nem para com o quadro da CPLP e isso apesar da emergência do Brasil, de Angola e de Moçambique!
O abandono das capacidades de construção naval em Viana do Castelo representa uma perda irreparável para com as tradições náuticas de Portugal!
As FAP tornam-se definitivamente subservientes da NATO, onde tendem a desempenhar um papel de última ordem!...
Para o Governo até as FAP são um empecilho face aos compromissos que assumiu perante a Troika e "os mercados"!...
Há que cortar, cortar e cortar (verbas)!
De acordo com o governo fantoche: para que querem mais FAP, o melhor é só ficar com a GNR, a PSP e as outras polícias!...
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