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O CORPO de Emídio
Macia, jovem taxista moçambicano morto semana passada por agentes da Polícia
sul-africana deverá ser transladado próxima sexta-feira para Moçambique,
seguindo-se o funeral a ser realizado sábado no posto administrativo da
Matola-Rio, na província de Maputo.
O cônsul de
Moçambique em Joanesburgo, que facultou esta informação ao “Notícias”,
confirmou ainda a chegada, do pai da vítima à África do Sul, que se juntou às
autoridades no esforço já iniciado com vista não só ao esclarecimento do caso,
como também para a transladação do corpo de Emídio Macia para o país.
Segundo Damasco
Mate, está agendada para as 11.00 horas de amanhã a realização de um acto
religioso no Estádio de Daveyton, no qual a comunidade local deverá prestar a
última homenagem ao jovem taxista, morto na sequência de uma agressão
protagonizada por oito agentes da Polícia sul-africana, que incluiu o
arrastamento do corpo da vítima acorrentado ao carro policial por uma distância
de aproximadamente 400 metros.
A nossa fonte
acrescentou que as autoridades sul-africanas chamaram a si a responsabilidade
de arcar com as despesas de transladação do corpo de Emídio Macia, sendo de
destacar o facto de um empresário local ter se oferecido a comprar o caixão e
suportar os custos com o transporte dos familiares da vítima que vão acompanhar
a urna.
“Como Governo
moçambicano vamos, naturalmente, criar todas as condições necessárias para que
a parte da família da vítima que não tem documentos para se movimentar para cá
o possa fazer com toda a emergência que o assunto exige”, disse a fonte.
Aliás, e de acordo
com outros dados apurados junto da fonte da representação diplomática de
Moçambique naquele país, indicam que para a deslocação do pai de Macia à África
do Sul houve um grande exercício de colaboração entre as autoridades de ambos
países, uma vez que o visado não possuía documentos de viagem.
Enquanto isso, a
audição dos oito agentes da Polícia acusados da morte de Emídio Macia foi
adiada para a próxima sexta-feira por decisão do juiz Samuel Makamu, encarregue
do caso. A sessão, inicialmente agendada para ontem, destinava-se a decidir se
os oito agentes da Policia poderiam ser libertos sob caução, para aguardar pelo
julgamento em liberdade.
Além de identificar
os polícias, a justiça sul-africana quer também saber se o jovem foi agredido
pelos agentes no interior da esquadra, o que os tornaria culpados de homicídio
premeditado, punível com pena de prisão perpétua.
A autópsia feita ao
corpo da vítima revelou que o jovem, que residia na África do Sul desde os 10
anos de idade, morreu duas horas e meia após sofrer ferimentos na cabeça devido
a uma hemorragia interna.
Sobre o mesmo
assunto, o jornal sul-africano “Daily Sun” denuncia, na sua edição de ontem que
familiares de Emídio Macia têm vindo a sofrer intimidações por parte da Polícia
sul-africana, tentando evitar que eles contribuam com testemunhos que possam
pesar negativamente sobre os agentes ora indiciados do crime e detidos.
O jornal cita ainda
o “mayor” de Gauteng, Nomvula Mokonyane, a assegurar que o Governo sul-africano
vai assumir a responsabilidade das duas crianças que dependiam do jovem
taxista.
Aquele diário
anunciou ainda a abertura de uma conta bancária, na África do Sul, onde os
interessados podem depositar valores para apoiar a família de Emídio Macia.
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