AYAC - MLL – VM -
Lusa
Chimoio,
Moçambique, 30 abr (Lusa) -- O secretário-geral da Renamo reafirmou hoje, em
Chimoio, Manica, que o partido não permitirá a realização de eleições enquanto
não for garantido consenso quanto ao processo de arbitragem e controlo das
eleições previstas para novembro (autárquicas) e 2014 (gerais).
"Desta vez não
podem acontecer eleições sem que ao nível do STAE (Secretariado Técnico da
Administração Eleitoral), CNE (Comissão Nacional de Eleições), defesa e
segurança e da polícia, entre várias questões que afligem os moçambicanos,
sejam resolvidos, porque democracia é isso tudo, não é a Frelimo (no poder)
armar-se até aos dentes para reprimir os que não concordam com a sua
ideologia", disse Manuel Bissopo.
A Resistência
Nacional Moçambicana (Renamo), maior partido da oposição moçambicana, reuniu
hoje, em Chimoio, os seus quadros, incluindo delegados distritais, ligas da
juventude e da mulher, para "planificar os próximos dias", no sentido
de que as eleições, autárquicas e gerais, "não aconteçam", enquanto
"não houver consenso" sobre o processo de arbitragem e controle.
A reunião decorre
sob um cordão de segurança dos ex-guerrilheiros armados da Renamo, separados apenas
por uma rua de elementos da Força da Intervenção Rápida (FIR), que vigiam
fortemente o encontro.
Para a próxima
quinta-feira, está agendado um encontro entre o Governo e a Renamo, que já foi
adiado por duas vezes por divergências deste partido quanto ao local da
reunião.
No encontro de
hoje, o secretário-geral da Renamo garantiu que o partido não teve qualquer
prejuízo com os assaltos feitos pela polícia às suas sedes em Gondola (Manica)
e Muxúnguè (Sofala), centro de Moçambique, considerando que o que aconteceu
"foi uma vitória".
"A Renamo não
teve nenhum prejuízo (com gastos de viagens e alimentação dos seus membros
'aquartelados' durante semanas), porque quando aceitamos fazer um projeto temos
um conjunto de custos, e esses custos, em política, resulta no que aconteceu
(dispersão e ataques) e para nós foi uma vitória", disse Manuel Bissopo.
A polícia antimotim
"expulsou e ocupou" as sedes do maior partido da oposição, no início
do mês, no distrito de Gondola (Manica) e em Muxúnguè (Sofala), expulsando
cerca de 350 homens ali "aquartelados".
Os homens expulsos
pela polícia, a maioria ex-guerrilheiros vindos de vários distritos distantes,
aguardavam uma "capacitação", cuja agenda a Renamo nunca chegou a
anunciar, no âmbito das manifestações à escala nacional que o partido pretende
que confluam no boicote às eleições autárquicas de 20 de novembro e às gerais
de 2014.
Em retaliação à
invasão e ocupação da sua sede, os ex-guerrilheiros da Renamo atacaram o
comando da polícia de Muxúnguè, provocando a morte a quatro agentes. Um
ex-guerrilheiro foi abatido na ocasião, a 04 de abril.
"Se a Frelimo
(no poder) quiser insistir na força, vamos generalizar o que aconteceu em
Muxúnguè, no mesmo dia e na mesma hora, do Rovuma ao Maputo e vamos ver se a
Frelimo vai fazer eleições ou não", afirmou Manuel Bissopo, que assegurou
estarem criadas condições humanas e materiais para a "revolução".
Sem comentários:
Enviar um comentário