Susana Salvador –
Diário de Notícias - Fotografia © REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Mais de cinco horas
depois de os centros de votação terem começado a fechar, o anúncio oficial dava
ao candidato chavista 50,66% dos votos e à oposição 49,07%. Henrique Capriles
não reconhece o resultado até que sejam recontados todos os votos.
O anúncio oficial
foi feito por Tibisay Lucena, presidente do Conselho Nacional Eleitoral, numa
altura em que já estavam contados 99,12% dos votos. A taxa de participação era
de 78,71%. A diferença de votos era inferior a 235 mil votos, com Nicolás
Maduro a conseguir 7 505 338 e Capriles 7 270 403.
Imediatamente após
o anúncio oficial, Nicolas Maduro falou à multidão diante do Palácio
Presidencial. "Acreditaram que tinha chegado ao fim a história do
socialismo do século XXI", afirmou. "Hoje podemos dizer que temos um triunfo
eleitoral justo, legal, constitucional e popular", disse.
Quase uma hora
depois, após o discurso de Maduro, Capriles respondia: "Eu não pactuo nem
com a mentira nem com a corrupção. O meu pacto é com Deus e com os
venezuelanos." A oposição denunciou vários casos de fraudes. "Estamos
a falar de 3200 incidências no processo eleitoral. Quero dizer ao presidente em
funções, o derrotado hoje é você".
Capriles exige ao
CNE "que se abram todas as urnas e que cada voto seja contado um por um. O
povo venezuelano merece respeito. A voz do povo é sagrada para mim".
Diante das queixas
da oposição de que terá havido irregularidades durante a votação, que se
ouviram todo o dia, o próprio Maduro pediu às autoridades que realizem uma
auditoria. "Estejam certos de que se o CNE anunciasse que tinha perdido
por um voto, eu teria aceite com coragem. Não duvidem que o teria feito",
acrescentou, apelando a que a oposição reconheça o resultado.
"Foi uma
vitória trabalhada, agora começa uma nova etapa", afirmou Maduro, de 50
anos, que tinha sido designado sucessor pelo falecido presidente Hugo Chávez.
"É a primeira vez que o 'gigante' não concorre, mas agora o seu filho
mostrará do que é capaz para este país", disse. Chávez morreu a 5 de
março, depois de quase dois anos de luta contra o cancro.
Capriles, que tinha
sido derrotado por Chávez em outubro, conseguiu agora mais quase 680 mil votos
que nas últimas presidenciais. O melhor resultado de sempre da oposição contra
o chavismo.
As mesas de votação
começaram a fechar às 18.00 na Venezuela (23.30 em Lisboa) e só mais de cinco
horas depois eram conhecidos os resultados.
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