"Não houve
nada de novo, Governo e troika insistem na austeridade" - Seguro
Notícias ao Minuto
Em conferência de
imprensa na sede do PS, António José Seguro falou, esta quarta-feira, sobre os
encontros que teve com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, em S. Bento , e com os representantes
da troika, revelando que, “no essencial, não houve nada de novo nas duas
reuniões”. Seguro reiterou ainda a necessidade de mudar a política de
austeridade que tem sido seguida, com uma aposta numa agenda para o crescimento
e emprego.
No Largo do Rato,
na sede do PS, António José Seguro revelou, esta tarde, que, “no essencial, não
houve nada de novo nas duas reuniões” que teve hoje com o primeiro-ministro,
Passos Coelho, e com os representantes da troika, salientando que “tanto o Governo
como a troika insistem na via da austeridade”. Uma política que, sublinhou o
socialista, “não atinge nenhum dos objectivos do memorando, provoca mais
desemprego, uma espiral recessiva e o empobrecimento do nosso País”.
Questionado sobre o
convite feito por Passos Coelho, o líder socialista afirmou que não só o PS
como “todo o País ficou surpreendido pela iniciativa do primeiro-ministro”,
frisando porém que o convite “significa apenas que da parte do Governo houve
uma mudança de atitude”, lembrando que “depois de conhecidos os resultados de
2012, e avaliação de 2013, o PS teve oportunidade de escrever à troika, de
agendar um debate de urgência no Parlamento, mas da parte do primeiro-ministro
houve sempre uma indisponibilidade para aceitar as propostas do PS”. Propostas
essas que, Seguro garantiu ter “reafirmado” no encontro com Passos.
"O PS não
apoiará medidas que visem desmantelar o Estado social, defende a renegociação
das nossas condições de ajustamento com o objectivo de o país dotar-se de um
programa realista e credível, tendo em conta as consequências sociais (o
desemprego) e económicas. Reafirmo a necessidade de o nosso País se dotar de
uma agendas para o crescimento e emprego", frisou o secretário-geral do
PS, sustentando que Portugal tem de estabilizar a sua economia
"investindo, garantindo financiamento a taxas a juros adequados para as
nossas empresas e políticas de fomento da procura interna", disse. Neste
contexto, António José Seguro disse ter reafirmado "o objectivo nacional
de Portugal de regressar aos mercados", frisando que "tudo faremos
para que tal aconteça, tal como tudo fizemos para que o País beneficiasse de
mais tempo para o pagamento de parte da ajuda externa", acrescentou.
O líder do PS
esclareceu também que há duas formas de submissão à troika: “submetermo-nos ao
que a troika quer aplicar”, ou seja, austeridade; ou demonstrarmos "à
troika que a política que está a ser aplicada não produz resultados
objectivos”, como provam “o défice e dívida acima do previsto”, e “provoca
menos economia, destruição do aparelho produtivo e desemprego”.
Contudo, destacou
Seguro, “ao olhar para isto a troika tenta corrigir a via da austeridade. Ora
não há possibilidade, o que há necessidade é de mudar de caminho” e essa
mudança deve ser feita “ao nível da zona euro e da União Europeia”, defendendo
que “a actual política europeia não é amiga da economia”.
No final de cerca
de 30 minutos de conferência, António José Seguro recordou ainda que
"desde o início o Governo ignorou os nossos alertas e fomos sempre, sempre
ignorados, até ontem (terça-feira)", sublinhando que durante esse tempo
"perdemos dois anos".
Governo não está de
"boa-fé" para "obter acordo que nunca procurou" - Seabra
Notícias ao Minuto
O deputado
socialista Manuel Seabra afirmou esta quarta-feira que só rompendo com a
austeridade a maioria poderá contar com o PS, acusando o Governo de não estar
"de boa-fé" ao chamar o PS para "obter o acordo que nunca
procurou".
"De uma vez
por todas, rompam a austeridade. E aí, sim, senhores deputados, poderão contar
com o PS", afirmou Manuel Seabra.
O deputado do PS
falava durante o período de declarações políticas no plenário da Assembleia da
República.
Cerca de meia hora
antes do início da conferência de imprensa do secretário-geral do PS, António
José Seguro, agendada para as 17h00, depois de se ter reunido com o primeiro-ministro
e, depois, com a troika, Manuel Seabra disse que os socialistas não estão mais
disponíveis a "compromissos com a austeridade".
"Não está de
boa-fé quem nunca chamou o PS para negociação, não está de boa-fé quem sempre
entendeu que o PS era dispensável, não está de boa-fé quem fez solenes
declarações de objecção às alternativas socialistas e depois, por simples
imposição da ‘troika', quer obter do PS o acordo que nunca procurou",
defendeu.
"Devo dizer
que, fossem outros os caminhos, e por imperativo nacional sempre acederia à
negociação", sublinhou.
*Título PG
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