sábado, 27 de abril de 2013

Portugal: PS EM CONGRESSO AFIRMA-SE ALTERNATIVA PARA PORTUGAL TER FUTURO




Lusa

O país já não aguenta mais este Governo - Seguro

O secretário-geral do PS, António José Seguro, afirmou hoje que a situação de "tragédia social" em Portugal tem um rosto, o primeiro-ministro, e que o país já não aguenta nem esta política, nem este Governo.

António José Seguro falava na sessão de abertura do XIX Congresso Nacional do PS em Santa Maria da Feira, depois de intervenções do líder socialista espanhol, Alfredo Pérez Rubalcaba, da presidente do PS, Maria de Belém, e do líder dos socialistas de Aveiro, Pedro Nuno Santos.

O líder socialista referiu que a tradição aconselha que a primeira intervenção de um secretário-geral do PS seja sempre dedicada ao estado do partido, mas declarou que iria antes falar do estado do país.

António José Seguro disse então que, ao fim de dois anos de executivo PSD/CDS, o país tem hoje "menos economia, mais pobreza e não ganhou competitividade".

"Esta tragédia social tem um responsável, Passos Coelho; esta tragédia social tem uma razão, a austeridade sem limites; e tem uma linha ideológica, o Governo mais ultraliberal que Portugal já teve", acusou.

Seguro sustentou depois que Portugal "já não aguenta mais, nem esta política, nem este Governo".

PMF // SMA

Segundo dia do Congresso do PS totalmente dedicado à discussão política

O segundo dia dos trabalhos do Congresso do PS vai ser hoje totalmente dedicado à discussão da moção de estratégia de António José Seguro, que, na abertura da reunião, fez um discurso virado para o país.

Em discussão, a partir das 10:00, estará a moção do atual secretário-geral do Partido Socialista, António José Seguro, “Portugal tem futuro”, que recebeu 7.120 assinaturas e teve o apoio de 99% dos delegados do Congresso.

A moção do militante do PS/Madeira Aires Pedro, único adversário de Seguro nas diretas, “Refundar o PS pelo futuro de Portugal”, não vai ser discutida, porque não conseguiu o número mínimo de 50 delegados subscritores.

Antes da discussão da moção de Seguro, o discurso de abertura do segundo dia do Congresso caberá ao presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz.

No plano político, a única questão interna em discussão deverá ser o pedido de um grupo de militantes, encabeçado pelo ex-secretário de Estado João Tiago Silveira, – e apoiado pelo ex-presidente do Governo Regional dos Açores Carlos César – para abrir uma revisão estatutária durante o atual congresso, prevendo, entre outras medidas, a escolha do futuro líder em primárias abertas a simpatizantes do PS.

No entanto, esta proposta conta com a oposição da atual direção de Seguro, da Comissão Organizadora do Congresso (COC) e Francisco Assis e António Costa já se demarcaram desta iniciativa.

Na sua primeira intervenção perante o Congresso - que intencionalmente quis dedicar mais ao país que ao partido -, António José Seguro respondeu, como tinha prometido, às palavras do Presidente da República na sessão solene do 25 de Abril, dizendo que Cavaco Silva "errou" ao negar um caminho alternativo de esperança contra a crise e ao traçar "um quadro de resignação".

Ao Governo, o líder socialista renovou as críticas de ser responsável pela "tragédia social" no país e rejeitou consensos de médio prazo, bem como voltar ao poder sem ser através de eleições, reiterando, contudo, o compromisso de "honrar todos os compromissos internacionais do Estado português".

O secretário-geral do PS anunciou ainda que a celebração de um "pacto para o emprego" até 2020 será a prioridade de um futuro Governo socialista, tendo como um dos objetivos a redução para metade do desemprego jovem e o aumento da taxa de emprego nacional para mais de 70% (da população ativa 20-64 anos).

Na sua intervenção, que durou cerca de 47 minutos, o secretário-geral do PS deixou elogios ao ex-líder parlamentar Francisco Assis e ao presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, dizendo que contribuíram para a unidade interna e para um partido mais forte.

O primeiro dia do Congresso ficou ainda marcado pelas críticas de vários socialistas - entre as quais a presidente do partido Maria de Belém, o presidente honorário Almeida Santos ou o ex-líder da UGT João Proença - à intervenção do Presidente da República, Cavaco Silva, no 25 de Abril.

SMA/PMF/JF/ATF // HB

António Costa congratula-se com "partido plural unido na ação"

O socialista António Costa afirmou hoje que o PS é "um partido plural unido na ação", que deve expressar "o enorme consenso nacional sobre a necessidade de mudar" a política de austeridade e apresentar alternativas.

As posições do presidente da Câmara Municipal de Lisboa e antigo governante do PS foram assumidas aos jornalistas após o discurso do secretário-geral socialista, António José Seguro, no final do primeiro dia do XIX Congresso do PS, em Santa Maria da Feira.

"As questões internas do PS estão hoje bem resolvidas, o secretário-geral foi eleito de forma bastante expressiva e inequívoca pelos militantes e, portanto, neste momento podemo-nos concentrar naquilo que é essencial, que são os portugueses e Portugal", afirmou António Costa.

O antigo líder parlamentar socialista defendeu que "não era exigível ao secretário-geral apresentar hoje um programa de Governo completo" e que o que é "necessário e que seria útil é que tivesse expressão política o enorme consenso nacional sobre a necessidade de mudar esta política [do atual Governo]".

"O secretário-geral foi muito claro, hoje há um enorme consenso nacional contra a política seguida pelo atual Governo, a questão não é de consensos, a questão é consensos para quê. Consensos em torno desta política, com este Governo, parece objetivamente impossível", acrescentou.

O presidente da autarquia lisboeta disse ter gostado de receber uma saudação especial de António José Seguro no discurso de abertura e congratulou-se por o PS estar "unido na ação", citando o presidente da Federação de Aveiro, Pedro Nuno Santos: "Um partido plural está unido na ação e é nisso que estamos todos unidos".

António Costa admitiu no entanto que o PS é um partido plural onde "cada um pensa pela sua cabeça".

"Desde os 14 anos que me revejo no PS, nem sempre concordei com tudo nem no futuro certamente concordarei com tudo", referiu.

Já sobre se o PS deve reestruturar a dívida, como defendeu Pedro Nuno Santos, António Costa utilizou as palavras de Seguro para dizer que "o PS respeitará os compromissos assumidos, honrará as obrigações para com os credores", mas defende "que o memorando seja renegociado".

Questionado sobre a política de alianças, Costa advogou que "o PS não tem de fazer essas opções", mas sim "apresentar o seu programa e merecer a confiança dos portugueses", porque "as condições de governabilidade definem-se em função de resultados eleitorais".

Já interrogado pelos jornalistas sobre a resposta dada pelo secretário-geral do PS ao discurso do Presidente da República, o presidente da câmara lisboeta afirmou que Seguro "escolheu a resposta que devia ser dada", sublinhando que "o centro deste congresso não é o senhor Presidente da República", mas "sobretudo o país".

Interrogado se Seguro poderia ter ido "mais longe", Costa respondeu: "Pode-se sempre ir mais longe, acho que ele foi até onde quis e acho que foi certamente suficientemente, aquilo que as pessoas esperam do PS é que apresente uma alternativa clara, credível e é esse o esforço que iremos fazer certamente nestes dois dias de congresso".

ATF // SMA

Eurodeputada Ana Gomes espera que Cavaco "termine mandato com dignidade"

A eurodeputada Ana Gomes disse hoje que espera que o Presidente da República “termine o seu mandato com dignidade” mas disse antever eleições mais cedo do que aquilo que Cavaco Silva 

Numa intervenção no XIX Congresso do PS, no período dedicado ao debate da moção de António José Seguro, Ana Gomes retomou as críticas à intervenção do chefe de Estado na sessão solene do 25 de Abril, que foram feitas por vários socialistas no primeiro dia de Congresso.

“Está dito que o PS só volta ao poder com eleições mas pode voltar mais cedo do que o Presidente da República deseja, Presidente que só tenho a desejar que termine com dignidade o seu mandato”, disse, parafraseando uma frase que Cavaco Silva, enquanto primeiro-ministro, dirigiu ao então Presidente da República Mário Soares.

A crítica mereceu a salva de palmas até agora mais intensa desta manhã de trabalho do segundo dia de Congresso, que decorre até domingo, em Santa Maria da Feira (Aveiro).

Para a eurodeputada, o PS “poderá regressar mais cedo ao poder porque este Governo desgoverna e está em decomposição”, e pediu que a primeira reforma socialista incida sobre a justiça e as forças de segurança, “contra a impunidade dos corruptos e criminalidade organizada com banca, na banca, que enriquece à custa de capturar agentes políticos e do Estado para esfoliar cofres do Estado”.

A segunda reforma, defendeu, tem de incidir no Estado: "Cabe ao PS emendar a mão e travar a espiral de 'outsourcing' que, no passado, os seus Governos também ajudaram a avolumar para engordar escritórios de advogados e serviços de consultadoria, o BPN, o BPP, as PPP, os ‘swap’, as obras e aquisições públicas com corrupção".

A eurodeputada pediu também uma reforma do sistema fiscal e um reforço do orçamento próprio da União Europeia para o crescimento e emprego em vez do "pífio orçamento de menos de um por cento do PIB europeu, que é o que o coitado do presidente Durão arranjou para fazer cantar a União".

Pedido o fim das "políticas austericidas" com "quartel-general na chancelaria Merkel", Ana Gomes lembrou que em maio do próximo ano os europeus vão eleger, pela primeira vez, o presidente da Comissão Europeia.

"Precisamos lá de um europeísta com visão, ganas e garras para salvar Europa do veneno ultraliberal da Europeia", disse.

Numa outra intervenção, Fonseca Ferreira, membro da corrente de opinião “Esquerda Socialista” e ex-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT), lembrou que defende desde 2007 eleições primárias abertas a simpatizantes.

"É pois com um misto de surpresa e satisfação que vemos juntar-se a nós os camaradas que escreveram a carta aberta", disse, referindo a um grupo de militantes encabeçado pelo ex-secretário de Estado João Tiago Silveira.

"São bem-vindos mas gostaríamos que os tivéssemos tido ao nosso lado antes", nomeadamente no momento em que decorreu a revisão estatutária, acrescentou.

SMA //GC.

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