PMA – JPF Lusa
Maputo, 01 mai
(Lusa) - Milhares de trabalhadores moçambicanos marcharam hoje, em Maputo, para
assinalar o Dia Internacional do Trabalhador, empunhando dísticos em que
pontificava a exigência de "justiça salarial" e apelos à paz, face à
tensão política no país.
Desfilando ao longo
de um percurso de cerca de dois quilómetros na baixa da capital moçambicana,
trabalhadores dos cinco sindicatos e confederações sindicais moçambicanas, bem
como membros do setor informal e de ramos ainda não sindicalizados usaram a
data para denunciar os baixos salários, ou a falta deles e ainda os
despedimentos sem justa causa.
"Exigimos
justiça salarial", "trabalho duro, para salário de miséria" e
"estamos cansados de promessas que nunca cumprem: tenham vergonha",
foram alguns dos dizeres apresentados nos dísticos empunhados pelos
manifestantes.
O desfile, para o
qual alguns trabalhadores levaram produtos das suas empresas, foi também usado
para exigir a garantia de paz aos principais partidos políticos moçambicanos,
face à ameaça de retorno à guerra.
"Repudiamos a
guerra e somos pela paz", lia-se numa tarja empunhada por um grupo de
trabalhadores que foram ao desfile alusivo ao Dia 1.º de Maio.
A exigência de paz
foi um dos momentos mais importantes do discurso do secretário-geral da
Organização dos Trabalhadores de Moçambique (OTM), Alexandre Munguambe, no
final do desfile.
"Queremos
viver em harmonia e que nunca mais a guerra seja usada para resolver questões
políticas", enfatizou Alexandre Munguambe.
A palavra paz
voltou a ser muito ouvida em Moçambique, depois de confrontos, no início de
abril, entre antigos guerrilheiros da Resistência Nacional de Moçambique
(Renamo) e da polícia terem provocado oito mortos e vários feridos, reavivando
a memória dos 16 anos de guerra civil que o país registou até 1992.
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