STF tira do ar
dados sobre viagens. A medida foi tomada após a descoberta de que a corte pagou
R$ 608 mil em passagens de 1ª classe para mulheres de ministros
O site oficial do
Supremo Tribunal Federal retirou do ar as informações referentes aos gastos da
corte com passagens aéreas. A medida foi tomada após a descoberta, pelo jornal
O Estado de S.Paulo, de que o Supremo gastou 608 mil reais com viagens das mulheres
dos ministros do STF que acompanhavam os maridos entre 2009 e 2012.
Os dados estavam
disponibilizados neste link: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp?servico=transparenciaPassagens
De acordo com o
Supremo, as informações foram retiradas temporariamente do portal “devido a
inconsistências encontradas nos dados anteriormente divulgados”.
Quem conseguiu
acessar os dados antes da retirada descobriu que, dos 608 mil reais gastos com
as mulheres dos ministros, 437 mil custearam viagens de Guiomar Feitosa de
Albuquerque Ferreira Mendes, esposa do ministro Gilmar Mendes. Entre 2009 e
2011, ela acompanhou o marido 20 vezes ao exterior, gasto médio de quase 22 mil
reais por viagem – em 2012, não há registro de viagens dela.
O ato interno
citado pelo STF como fundamento legal para o gasto com as passagens também
respalda que elas sejam de primeira classe.
Auditor-fiscal, o
deputado Amauri Teixeira (PT-BA) acredita que um ato interno não serve como
justificativa. Por isso, reforçou a CartaCapital que, na próxima terça-feira,
encaminhará representações ao Tribunal de Contas da União (TCU), ao Conselho
Nacional de Justiça e à Procuradoria Geral da República com pedidos de investigações
sobre o assunto e cobrem a eventual devolução do dinheiro.
“Em vez de tomar
providências, o Supremo, que é o órgão de controle de todos os órgãos, pura e
simplesmente tira as informações do ar diante de um ato questionável”, disse o
deputado.
Para Teixeira, a
retirada das informações apenas reforça a ideia de que o Judiciário tem
dificuldade em prestar contas de seus gastos à sociedade. Ele disse que os
dados sobre as viagens estão salvas em um arquivo e serão anexadas nas
representações.
Segundo o STF, “as
informações serão novamente disponibilizadas assim que revisadas”.
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