sexta-feira, 10 de maio de 2013

Em Cabo Verde fazem-se 7.500 abortos clandestinos por ano, revelou a VerdeFam





Este é o resultado de um estudo da Afrosondagem, divulgado esta sexta-feira na Praia pela VERDEFAM.

Segundo um dos consultores do Estudo, José Carlos dos Anjos o número pode ser maior, devido à falta de registo de mulheres que vão ao hospital interromper a gravidez.

“Há dificuldade de se ter acesso ao número de mulheres que fazem o aborto e não recorrem aos serviços de saúde pública”, disse.

Para José Carlos dos Anjos, o aborto oficioso é um grave problema de serviço público, e tem relação directa com as dimensões culturais na sociedade cabo-verdiana. “Deve ser encarado de uma forma muito reflectida conjuntamente”, afirmou.

Consta ainda no estudo que a utilização do cytotec [medicamento abortivo] tem contribuído para minimizar o impacto do aborto na saúde da mulher. Mas, segundo o consultor, se houvesse um bom acolhimento hospitalar, pós-uso do cytotec,  e um serviço psico-social para a mulher, o aborto teria um impacto menos danoso.

José Carlos dos Anjos sublinha que a violência exercida nos hospitais sobre as mulheres que interrompem a gravidez faz com que estas não recorram aos serviços públicos de saúde, o que poderia “minimizar sequelas e até casos de mortes por abortos realizados em práticas inseguras”.

O estudo conclui ainda que o aborto é feito, na maioria das vezes, fora do tempo legal previsto, porque antes do procedimento há todo um processo de negociação entre os parceiros que o torna moroso.

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