PMA – VM - Lusa
Maputo, 21 mai
(Lusa) - O Governo moçambicano considerou hoje insustentáveis as exigências dos
médicos do país, que, juntamente com outros profissionais de saúde, iniciaram
na segunda-feira uma greve de cinco dias por melhores condições salariais e de
trabalho.
A classe médica
moçambicana exige um aumento de 100 por cento de salário e do subsídio de
risco, a aprovação do Estatuto do Médico e a atribuição de residência para os
profissionais deslocados das suas áreas de residência.
A paralisação
segue-se à greve que os médicos fizeram em janeiro passado, apenas interrompida
após a assinatura de um memorando de entendimento com o Governo.
Os médicos acusam o
executivo de ter violado o memorando, rejeitando o aumento salarial de 15 por
cento recentemente decretado pelo Governo.
Em conferência de
imprensa sobre a greve, António Tchamo, do setor de Gestão Estratégica dos Recursos
Minerais do Ministério da Função Pública, afirmou que a satisfação das
exigências dos médicos colocaria o país numa situação mais grave do que já
está, tendo em conta a situação financeira e económica do país.
"O Governo
decidiu que o aumento salarial para os médicos deve ser faseado, porque, de
contrário, podemos não ter capacidade para pagar ordenados a meio do caminho e
a situação tornar-se mais grave do que já está", afirmou António Tchamo.
O Governo,
assinalou a fonte, vai aumentar 15 por cento do ordenado dos médicos este ano,
13 por cento em 2014, e 13 por cento em 2015, como forma de aproximar os
ordenados da classe médica aos dos magistrados.
Por seu turno, a
porta-voz do Ministério da Saúde de Moçambique, Francelina Romão, disse que a
Associação Médica falhou no objetivo de convocar uma greve geral, porque não
conseguiu o nível de adesão que pretendia.
"Não está a
ser uma greve geral, tivemos, especialmente no período de manhã, focos de
paralisação nas cidades de Maputo e da Matola, mas à medida que o tempo foi
passando, as unidades sanitárias começaram a trabalhar", disse Francelina
Romão.
A porta-voz do
Ministério da Saúde acusou os médicos grevistas de violarem o memorando de
entendimento acordado com o Governo em janeiro, exortando-os a regressar ao
trabalho para "cumprir com o juramento de salvar vidas".
Francelina Romão
afirmou que o Ministério da Saúde recorreu ao pessoal médico dos ministérios da
Defesa e do Interior, estudantes das instituições de ensino médico e à Cruz
Vermelha para minimizar o impacto da paralisação.
Em declarações à
Lusa na segunda-feira, fonte da Associação Médica disse que a adesão à greve
ultrapassava os 90 por cento e a paralisação seria prorrogada, caso as
exigências dos profissionais de saúde não fossem atendidas.
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