JSD – MLL - Lusa
Cidade da Praia, 27
mai (Lusa) - O Inspetor-Geral das Atividades Económicas (IGAE) de Cabo Verde
reafirmou que a marca portuguesa Vatel viola a lei cabo-verdiana que regula a
produção, compra e venda de sal iodado, considerando "pura patetaria"
as alegações da empresa lusa.
Vlademir Silva, em
declarações hoje publicadas na edição "online" do jornal A Semana,
garantiu que, além dos testes feitos no país, a IGAE está à espera de mais
análises da Alemanha para ter o maior número de comprovativos da ilegalidade
para o caso de ser necessário disputar a questão em tribunal.
A polémica foi
desencadeada a 06 deste mês, quando a IGAE retirou do mercado cabo-verdiano
mais de 200 quilogramas
de sal de mesa da marca Vatel sem iodo, alegando que a venda do "produto
impróprio" é uma infração à economia e à saúde públicas no arquipélago.
A 22 deste mês, num
comunicado enviado à agência Lusa, a Vatel garantiu que o sal de mesa
comercializado em Cabo Verde é iodado e respeita a legislação do país,
defendendo que a causa da proibição estará relacionada com a metodologia de
deteção do aditivo no arquipélago.
"A causa desta
situação em Cabo Verde poderá estar relacionada com a metodologia de deteção do
aditivo utilizado, uma vez que existem vários métodos autorizados de adicionar
iodo ao sal. Os controlos habituais efetuados pela Vatel aos lotes do produto
em questão, antes da sua comercialização, revelaram todos a presença de iodo no
sal", esclareceu, então, a Vatel.
"Para
esclarecer este assunto, a Vatel pediu novas análises ao sal bloqueado a outros
laboratórios independentes acreditados em Cabo Verde e na Europa",
sublinhou.
Em resposta,
Vlademir Silva indicou ao A Semana que o argumento da empresa portuguesa é
"pura patetaria".
"Estão a
tentar defender o pão e a limpar a imagem da empresa, porque foram apanhados. Temos provas e análises a corroborar a nossa tese. Quando assim é, eles também
têm de mostrar as suas provas", desafiou o Inspetor-Geral.
"Se a IGAE não
parasse com isso não estava a defender os consumidores. A lei cabo-verdiana é
clara e está acima de qualquer um e tínhamos de fazê-la cumprir",
prosseguiu, indicando que a instituição está a desencadear uma investigação em
todas as ilhas do país, deixando entender que poderá retirar mais sal sem iodo
do mercado.
"Fizemos os
testes em laboratórios acreditados no país, que dão toda a confiabilidade,
tanto que foram confirmados lá fora. Se calhar (a Vatel) não conhece muito bem
como as coisas funcionam ou fez análises com lotes diferentes. Obtivemos
resultados negativos em todos os lotes que tínhamos e estes foram retirados do
mercado", insistiu Vladimir Silva.
O Inspetor-Geral
adiantou que, além dos testes no país, a IGAE aguarda por mais resultados aos
testes pedidos a laboratórios alemães.
"O objetivo é
ter o maior número de comprovativos para termos as nossas provas se um dia eles
quiserem ir ao Tribunal. A metodologia de deteção do aditivo no arquipélago não
está posta em causa. Estamos tranquilos", finalizou Vlademir Silva.
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