NME – JMR - Lusa
Luanda, 13 mai
(Lusa) - Mais de metade da população de Angola ainda vive em habitações
precárias, mas o "défice habitacional" diminuiu nos últimos anos,
disse hoje o ministro angolano do Urbanismo e Habitação.
José da Conceição e
Silva falava à imprensa à margem do seminário "Urbanismo e Habitação nos
Países da África Subsaariana", a cuja abertura presidiu, uma iniciativa da
NOVAFRICA, Nova Angola Business School e da Faculdade de Economia da
Universidade Agostinho Neto.
Segundo o ministro,
o Governo angolano tem levado a cabo projetos que vão desde a requalificação de
zonas degradadas, a projetos habitacionais em zonas já consolidadas, destacando
novas centralidades já construídas, assim como o programa de construção auto
dirigida.
"São um
conjunto de ações que visam estancar a expansão dos 'musseques' (bairros
predominantemente formados por habitações precárias, sem saneamento básico) e,
por outro lado, melhorar e requalificar o espaço urbano que hoje existe sem
infraestruturas", referiu o governante angolano, acrescentando que
atualmente "o défice (habitacional) já é menor do que existia há cinco,
seis anos atrás".
A elevada taxa de
população a habitar em musseques é, segundo José da Conceição e Silva, ainda
fruto da guerra civil "muito recente" que originou deslocação de
pessoas.
José da Conceição e
Silva destacou a importância de uma política ativa de financiamento da
habitação, que classificou como "fundamental" para que o programa
traçado pelo Governo atinja os objetivos.
"A experiência
internacional mostrou que a estabilidade macroeconómica e a segurança legal
sozinhas não são suficientes para o arranque de um modelo sustentável de
desenvolvimento habitacional. Uma política ativa de financiamento da habitação
é fundamental para este fim", disse.
"Esta política
deve reservar um papel central ao Estado, cuja atuação neste setor deve ser ao
mesmo tempo forte e ágil no sentido de promover o mercado para aumentar a
oferta de fundos para a habitação, tirando partido das forças e prevenindo as
falhas do mercado privado", frisou.
José da Conceição e
Silva salientou que Angola tem estado a observar experiências de países da
América Latina, nomeadamente da Colômbia e do Chile, onde programas de
financiamento à habitação tiveram grande impacto na inversão da situação
habitacional.
"O
financiamento à habitação requer um engajamento muito forte quer das
instituições bancárias, quer do próprio Estado, que deve trabalhar em estreita
parceria com o setor privado. Estamos a absorver modelos que, acredito, irão
ajudar-nos a resolver essa questão, que é também importante para a
implementação do programa nacional", realçou.
A população de Angola
está calculada em cerca de 20 milhões de habitantes.
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