Pragmatismo Político
Nos 5 cursos mais
disputados, USP teve apenas um calouro preto em 2013. O número de pardos também
é baixo: 7,7% do total de alunos. Segundo o Censo, 34,6% da população de São
Paulo é composta por pretos e pardos
Sem adotar uma
política de cotas raciais, a Universidade de São Paulo (USP) ainda está longe
de garantir a inclusão nos cursos mais concorridos da instituição. Dados
divulgados nesta sexta-feira pela Fundação Universitária para o Vestibular
(Fuvest) apontam que das cinco carreiras que tiveram o maior número de
candidatos inscritos na última seleção, apenas a Faculdade de Ciências Médicas
de Ribeirão Preto conta com um estudante que se autodeclarou preto – conforme a
classificação de cor utilizada pelo Instituo Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), que não utiliza a palavra negro. Além disso, nas cinco
graduações, somente 40 alunos são pardos, de um total de 533 estudantes, o que
corresponde a 7,5%.
Apesar de ter um
estudante preto, ciências médicas possui uma baixa taxa de inclusão de
afrodescendentes: são 87 brancos (84,5%), contra um preto (1%), oito pardos
(7,8%), seis amarelos e um indígena. Relações internacionais tem 50 brancos
(82%), oito pardos (13,1%) e três amarelos.Medicina, engenharia civil,
publicidade e propaganda e relações internacionais não possuem nenhum calouro
preto. O número de pardos nesses cursos também é baixo. Em medicina são apenas
18 (7%), contra 198 brancos (77%), 40 amarelos (ocidentais) e um indígena. Em
engenharia civil, curso oferecido em São Carlos, a situação é ainda pior: são
52 brancos (82,5%) contra 11 pardos (17,5%). publicidade tem 39 brancos
(79,6%), 6 pardos (12,2%) e quatro amarelos.
Em todos os cursos
de graduação, 78,7% dos estudantes que ingressaram este ano são brancos, 11,3%
são pardos e 2,4% são pretos. O levantamento mostra ainda 7,5% dos calouros são
amarelos e 0,2% indígenas.
Os dados não
correspondem aos valores verificados pelo Censo de 2010 do IBGE para o Estado
de São Paulo, que apontam que 63,9% dos paulistanos se declararam brancos,
29,1% pardos, 5,5% pretos, 1,4% amarelos e 0,1% indígenas.
Resistência às
cotas
A USP garante bônus
no vestibular para estudantes de escolas públicas, negros e indígenas, mas ainda
não adotou uma política de cotas. No final do ano passado, o governador Geraldo
Alckmin apresentou, em parceria com os reitores das três universidades
estaduais, proposta para a criação de um programa de reserva de vagas para
esses estudantes, mas apenas a Universidade Estadual Paulista (Unesp) confirmou
que vai adotar o sistema.
Pela proposta, ao
menos 50% das matrículas em cada curso de graduação deverão ser ocupadas por
alunos que cursaram integralmente o ensino médio em escolas públicas. Dentro
dessa meta, o percentual de pretos, pardos e indígenas deverá ser de 35%. As
metas deveriam ser atingidas ao longo de três anos, a partir de 2014, mas como
as universidades ainda resistem em adotar o modelo de cotas, o plano pode ser
adiado.
A rede federal, lei
sancionada pela presidente Dilma Rousseff no ano passado já garante a reserva
de vagas para alunos de escolas públicas e afrodescendentes.
75% dos candidatos
são brancos
Segundo o resultado
do questionário de avaliação socioeconômica, respondido pelos 159.609
candidatos que se inscreveram no vestibular para ingresso em 2013, a maioria das pessoas
que buscam uma vaga por meio da Fuvest são brancas – 75,6%. Pretos e pardos
somam 18,9% dos inscritos, indígenas 0,2% e amarelos, 5,3%.
De acordo com os
dados, 59,5% dos estudantes cursaram todo ensino médio em escolas particulares,
contra 35,2% em escolas públicas. No ensino fundamental, a taxa de candidatos
que estudou todo o período em escola particular é de 54%, contra 32,3% em
escola pública.
Leia também
*Tem quadros eoutras informações no original
Nota PG: O título
foi ligeiramente alterado do original por razões da evidência do racismo
existente no Brasil e que assim consideramos mais objetivo. A realidade
brasileira relativamente ao racismo não tem sido divulgada na sua maior
percentagem. Tal característica de muitos brasileiros racistas não parece coadunar-se
com os brasileiros que conhecemos no exterior mas de facto existe e
nunca será por demais denunciar, combater e esperar que o Brasil se componha
por uma sociedade não racista. Até porque é aos aos índios, aos negros e aos pardos que o
Brasil deve muito da sua construção enquanto grande nação. O racismo e o
esclavagismo é mancha negra que urge abolir no Brasil.
1 comentário:
Caro,
Gostei muito do pequeno artigo, que de fato nos mostra, matematicamente, os percentuais de vagas x origen racial. No entanto, o que mais me assusta é que esse fato não consiste em subsídios quaisquer, para defender a tese de racismo.
Por ventura, em alguma fase da história contemporânea, diga-se de 50 anos para cá, houve sequer alguma restrição no acesso à educação para os negros ou outras etnias ? Houve algum tipo de segregação racial neste período, que pudéssemos nos valer para argumentar em relação às tais COTAS ?
Não me consta também que devamos, pelo bom censo, distinguir uma pessoa pela sua raça ou cor, estabelecendo ai o racismo verdadeiro e pragmático. Se desta forma agirmos, estaremos praticando o puro racismo, nas suas mais básicas formas.
Não poderemos jamais mudar o passado triste da escravidão, porém, podemos dar educação, trabalho, saúde e dignidade para todas as raças; e não, fazer de algumas, uma segregação triste e repulsiva, como de fato já o fizemos no passado.
Atesto que minha opinião, além de ser pessoal, é, pois, corroborada pela nossa carta magna : Constituição Federal / 1988
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
...
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
Abs.
Brasil.
Enviar um comentário