MYB – MLL - Lusa
São Tomé 16 Mai
(Lusa) - A Acção Democrática Independente (ADI), principal partido são-tomense
da oposição, acusou, junto do Ministério Público, o ministro da Agricultura,
Desenvolvimento Rural e Pescas de atos de corrupção, tentando tirar proveitos
pessoais na relação com uma empresa espanhola de pescas.
"No dia 23 de
abril de 2013, António Dias e José Evas Aurélio, respetivamente ministro da
Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas e diretor das Pescas, viajaram a
Espanha para assinaram em nome do Estado são-tomense um acordo de pescas com a
Associação de Grandes Atuneiros Congelados (AGAC)", diz o ADI na
queixa-crime.
"Os dois altos
funcionários administrativos solicitaram e beneficiaram, para a referida
viagem, de passagem paga pela AGAC, entidade com a qual iam contratar",
acrescenta o principal partido da oposição, que acusa o ministro e o seu
diretor de terem solicitado igualmente o pagamento de subsídios de deslocação
em nome da mesma empresas no valor de mais de quatro mil euros.
O partido Acção
Democrática Independente afirma ainda que a sociedade espanhola AGAC,
"enquanto parte contratual, não tinha qualquer obrigação de lhes oferecer
passagem aérea, nem tão pouco custear as suas estadias".
Sublinha ainda que,
por causa disso, o contrato assinado com a AGAC não estabelece observadores
são-tomenses a bordo das embarcações e isenta os navios de inspeção nos portos
de São Tomé e Príncipe.
O ADI formalizou,
por isso, uma queixa-crime no Ministério Publico contra o ministro, que acusa
de "crime de corrupção passiva para ato ilícito", por ter agido
"de forma deliberada e consciente com a intenção de obter tais vantagens
patrimoniais e não patrimoniais".
Em declarações hoje
a jornalistas, o ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas,
António Dias, referiu que "há aspetos (nesse acordo) que
desconhecia", garantindo que está "completamente tranquilo",
pelo que pede ao Ministério Publico "celeridade no esclarecimento desse
caso".
"Espero que o
Ministério Público faça o seu trabalho, peço celeridade para que, pelo menos em
duas semanas, se esclareça o assunto, para que se saiba quem tem culpa, quem
tem razão".
"A intenção do
ADI é abater politicamente o ministro da Agricultura que tem feito um bom
trabalho junto aos pescadores e agricultores e que incomoda o ADI", disse
António Dias, que acusou o ex ministro do Plano e Desenvolvimento do Governo de
Patrice Trovoada de ter viajado em janeiro no ano passado "nos mesmos
moldes para assinar um contrato com a União Europeia".
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