Sol - Lusa
O
vice-secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública
(SINTAP), José Abraão, considerou hoje estarem reunidas as condições para uma
greve geral na administração pública, tendo em conta as novas medidas de
austeridade apresentadas pelo Governo.
"Estão
reunidas todas as condições para a realização de uma greve geral na função
pública nos próximos tempos, tendo em conta o violentíssimo pacote de medidas
apresentado pelo Governo", disse José Abraão à agência Lusa, no final de
uma reunião do secretariado do Sindicato dos Trabalhadores da Administração
Pública (UGT).
De acordo com o
sindicalista, o SINTAP "está completamente disponível" para uma luta
convergente com as outras estruturas sindicais do sector, "desde que seja
concertada".
A coordenadora da
Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CGTP) disse à agência Lusa
na segunda-feira que deverá anunciar sábado uma greve para o sector a
concretizar em meados de Junho, contra as novas medidas de austeridade que vão
penalizar os funcionários públicos.
José Abraão
reconheceu que tem havido contactos bilaterais com a Frente Comum "para
acertar posições", mas que ainda não estão definidas datas.
O sindicalista
considerou que a greve nesta altura, face "aos novos ataques aos trabalhadores
e aos pensionistas da função pública", é um "importante meio para
obrigar o governo a negociar com os sindicatos", mas lembrou que também
existem outras formas de luta, nomeadamente manifestações, que podem vir a ser
desencadeadas.
"Está tudo em
aberto", disse.
A UGT reúne o seu
Secretariado Nacional na sexta-feira e a greve da função pública "será
obrigatoriamente discutida" no encontro, segundo José Abraão.
A vice-presidente
do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), Helena Rodrigues, disse à
agência Lusa que o seu sindicato, também da UGT, está em processo de consulta
aos seus sócios para saber qual a disponibilidade para uma eventual greve.
Fonte da Frente
Comum (CGTP), disse à Lusa que esta estrutura sindical ainda não decidiu a data
para a greve anunciada para Junho.
O Governo teve na
terça-feira a segunda reunião negocial com os sindicatos da função pública para
discutir as novas regras da mobilidade especial, uma das medidas da reforma do
Estado com as quais o executivo pretende cortar na despesa pública.
O aumento do
horário de trabalho, a convergência mais rápida entre o sistema de pensões
público e privado, rescisões contratuais com 30 mil funcionários, a revisão dos
suplementos remuneratórios e o aumento das contribuições para a ADSE são outras
das medidas que o Governo quer ver concretizadas.
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