quarta-feira, 5 de junho de 2013

Barómetro i/Pitagórica. 55,3% DOS PORTUGUESES QUEREM GOVERNO ATÉ 2015

 

Pedro Rainho – Jornal i
 
55,3% defendem que o governo cumpra todo o mandato. Seria o primeiro a fazê-lo em coligação
 
Mais ou menos cambaleante, profícuo em confrontos internos, mas aparentemente resistente às pressões que também chegam da rua, da oposição e dos parceiros sociais - mais de metade dos portugueses (55,3%) querem o governo em funções até 2015, para que cumpra, assim, a totalidade do mandato. Mas não sem mudanças na equipa - e aí o nome de Vítor Gaspar vem à baila.
 
Há um mês, o semanário "Sol" escrevia que o primeiro-ministro teria apresentado a demissão ao Presidente da República. Em causa, o impasse político pela oposição de Paulo Portas à inscrição na pedra (leia-se a lista de compromissos que permitiram fechar a sétima avaliação da troika) da chamada TSU dos pensionistas. Se muitos pensaram "é desta!", outros tantos e mais alguns terão receado que o executivo estivesse no último suspiro. O CDS aceitou a nova taxa sobre as pensões como medida de último recurso e a coligação seguiu caminho.
 
Uma saída do impasse duramente negociada, que não terá agradado aos 37,3% dos inquiridos no barómetro i/Pitagórica - a percentagem corresponde aos participantes para quem a única solução neste momento é a intervenção de Cavaco Silva. O Presidente deve dissolver a Assembleia da República e convocar de imediato novas eleições para que um novo governo guie o país.
É, porém, muito pouco provável que o chefe de Estado queira contribuir para manter a tradição das coligações em Portugal. É que das quatro alianças governamentais da democracia portuguesa nenhuma chegou ao fim do mandato.
 
saia, sr. ministro Se o governo escapa à ira geral, o mesmo consolo não pode esperar o ministro das Finanças. Mais de metade dos inquiridos vê em Vítor Gaspar o bode expiatório para o impasse económico em que o país se encontra e a aposta na saída do governante ganha adeptos.
 
Se 36,6% saem em defesa do responsável pelas Finanças, o mesmo não se pode dizer de 53,8% dos 506 participantes no barómetro de Maio que querem Gaspar longe do Terreiro do Paço.
 
Nem a inversão de 180 graus no discurso ensaiada pelo ministro das Finanças - quando há uma semana e meia disse (e repetiu) ter chegado "o momento do investimento", ladeado pelo ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira - bastou para que Gaspar caísse nas boas graças dos portugueses.
 
Dois anos de austeridade e sete previsões de desempenho da economia nacional saldadas como absolutos tiros ao lado (ou por baixo, em função dos indicadores) representam hoje um peso grande de mais para que o ministro consiga chegar a esta fase da maratona com imagem positiva e margem para continuar.
 
Ainda assim, não deixa de ser curioso que o voto de saída dos inquiridos chegue quase em simultâneo com a fase que o ministro equiparou à maratona - o quilómetro difícil da corrida de fundo do governo. Em Outubro de 2012, Gaspar disse que "os corredores de maratona, em geral, não desistem ao 27.o quilómetro, desistem entre o 30.o e o 35.o quilómetro". Em Outubro eram 27. Chegámos à fase mais dura. Desistirá o ministro?
 
 

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