quarta-feira, 19 de junho de 2013

Brasil: Sexto protesto em São Paulo ocupa centro histórico; prefeitura é vandalizada



Fernanda Barbosa - Lusa

São Paulo, 19 jun (Lusa) - O sexto protesto em São Paulo ocupou, nesta terça-feira, o centro histórico e voltou à avenida Paulista pacificamente, mas foi marcado por um grupo que vandalizou a prefeitura e incendiou um carro de reportagem.

Segundo o instituto de pesquisa Datafolha, 50 mil pessoas reuniram-se na praça da Sé, marco zero da cidade e palco de importantes manifestações pela democracia, para sair em protesto.

A prefeitura, sede do governo municipal, foi atacada por um grupo de dezenas de pessoas, resultando em vidros partidos com pedras e grades de ferro. Enquanto os radicais retiravam dos mastros as bandeiras do estado e do município de São Paulo e tentavam queimá-las, outros grupos gritavam "sem vandalismo" para dissuadi-los. A Polícia Militar não apareceu.

Um carro de reportagem da TV Record foi queimado em frente à prefeitura. Reclamações sobre a imprensa foram comuns durante o protesto, principalmente direcionadas à TV Globo, que os manifestantes acusavam de parcialidade nas coberturas.

A concentração dos manifestantes começou por volta das 17:00 horas (21:00 horas) na praça da Sé. Os presentes dividiram-se em grupos e alguns deles passaram pelo terminal de autocarros Parque Dom Pedro II (que foi palco de confronto com a polícia na semana passada), pelo Theatro Municipal, pela sede da Prefeitura e pela Câmara dos Vereadores (sede do legislativo municipal), até chegarem à avenida Paulista.

Menos organizado do que a mega manifestação de segunda-feira, o protesto de terça-feira deixou clara a divisão entre os grupos participantes. Aqueles que possuem uma agenda diversa de temas, como ser contra a corrupção, levavam as caras pintadas de verde e amarelo e gritavam frases como "eu sou brasileiro, com muito orgulho e muito amor".

Já os que defendem um foco na redução da tarifa criticavam os outros, afirmando que "não é sete de setembro" (em alusão à data de independência do país). "Há pessoas além do movimento, em clima de festa, mas o fato de estarem na rua já é bom", disse a artista plástica Juliana dos Santos, 26 anos.

O público da manifestação era predominantemente formado por jovens, mas havia também adolescentes, um senhor de 85 anos e pais com crianças pequenas. "Decidi trazê-lo porque ele não entendia direito os protestos, nem a relação do prefeito com a cidade, por ser pequeno. Mas vamos explicando aos poucos", afirmou o músico Luciano Botosso, 28 anos, ao lado do filho Eduardo, de cinco anos.

Houve manifestações menores simultâneas na zona sul da cidade e na estrada Raposo Tavares, no município de Cotia (região metropolitana de São Paulo), a oeste da capital. Um protesto de centenas de pessoas contra a tarifa dos transportes também ocorreu em Cubatão, no litoral de São Paulo, e bloqueou duas autoestradas, segundo a imprensa local.

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