domingo, 16 de junho de 2013

GRUNHIDOS DE UM FALSO JORNALISTA E DUVIDOSO ANGOLANO




Orlando Castro - Folha 8, edição 1146 de 15 junho 2013

Um tal Artur Orlando Tei­xeira Quei­roz, sipaio às ordens dos chefes de posto do regime, resolveu mais uma vez – mesmo atirando a pedra e escon­dendo a pata – utilizar o “Jornal de Angola” para os seus delírios de falso jornalista e duvidoso an­golano.

Basta ler o primeiro pa­rágrafo (ler tudo não só é indigesto como é putre­facto) da suposta prosa erudita gerada nas sar­getas de Luanda para, de imediato, se perceber que o sipaio de serviço, ontem do regime colonial e hoje do regime angolano, é um mercenário ao servi­ço de quem mais pagar.

O MPLA pagou e a UNI­TA não. E, por isso, ele aí está de cavalo-marinho na mão a fustigar todos os que não alinham com o seu chefe de posto.

“Um tal Agualusa, falso escritor e duvidoso an­golano, disse à agência Lusa que depois dos últi­mos livros que escreveu teve que “abrir a janela e respirar um pouco de ar”. Como o compreendemos! Se ler as suas garatujas é uma tortura, imaginamos o estado deplorável em que ficam os seus pés, quando acaba de alinhar palavras por sons e por sí­labas”, escreveu o exímio – citando o Semanário Angolense - “asqueroso”, “víbora” e “fubeiro”.

Para que não fiquem dúvi­das, tanto ao sipaio como aos chefes de posto, com­parar José Eduardo Agua­lusa com Artur Queiroz, seja no que for, é como comparar um violino fei­to com latas de sardinha, ainda por cima enferruja­das, a um Stradivarius.

Artur Queiroz, um supos­to intelectual mas cer­tamente um andrógino (“Que ou quem não tem características marca­damente femininas nem marcadamente masculi­nas, ou tem característi­cas consideradas do sexo oposto”) que sempre esteve do lado dos mais fortes, ou que assim pa­reciam, continua a sua senda a favor dos que, hoje como ontem, mais lhe pagam. Pagaram-lhe e ele descobriu que o holo­causto do 27 de Maio não passou de uma “revolta de racistas” onde terão mor­rido (se calhar um dias destes ainda aparece a di­zer que ninguém morreu) meia dúzia de facínoras.

Artur Queiroz já em 2008 se insurgiu num artigo também publicado no “Jornal de Angola” (onde mais poderia ser?) contra o facto de Agualusa ter dito, embora sem referir nomes, que há torturado­res angolanos que são tra­tados em Portugal como grandes escritores.

Embora saiba muito bem a quem se referia Agualusa (Pepetela, por exemplo, participou no massacre de 27 de Maio de 1977 e, quer se queira quer não, tão responsá­vel é o que puxa o gatilho como aquele que partici­pa na farsa acusatória), Artur Queiroz inferia – tal como agora reedita - que é legítimo “presumir que todos os grandes escrito­res angolanos se dedicam à tortura”.

“Quando algum leitor es­tiver na presença de um desses escritores vai pen­sar que está a ver e ouvir um torturador”, dizia Ar­tur Queiroz do alto da sua cátedra feita de toneladas de sabujices. E tinha ra­zão. Olhar para Pepetela é olhar – no mínimo - para um torturador.

“O senhor José Agualusa lançou um manto de ca­lúnia sobre todos os seus confrades o que é muito grave. Mas mais grave foi ter dado a bofetada e es­condido a mão. Como não nomeou os torturadores, ninguém pode defender-se de tão grave acusação. No tempo em que os animais não falavam, isto era co­bardia. E um cobarde vale tanto como os seus gestos repugnantes”, escouceava então Artur Queiroz para justificar o prato de lenti­lhas, tal como hoje grunhe para continuar a comer.

José Eduardo Agualusa não escondeu a mão. Bas­tava a Artur Queiroz ler o que ele tem dito e escrito e não apenas o que interes­sa aos chefes do posto que ele leia. Se há meia dúzia de pessoas que têm dado o nome aos bois, Agua­lusa é uma delas, mesmo que isso não agrade aos capatazes do sipaio (sem ofensa para estes) Artur Queiroz.

Agualusa é um exemplo de que se pode ser preso por ter cão e por não ter. Reproduzindo a enco­menda, Artur Queiroz não perde uma oportunidade para, quando dá jeito, vol­tar os cascos para o alvo, dizendo que desta vez foi cometido um crime de lesa MPLA por terem sido dados os nomes.

“Uma pessoa que ache que o Agostinho Neto, por exemplo, foi um extraordi­nário poeta é porque não conhece rigorosamente nada de poesia. Agostinho Neto foi um poeta medí­ocre. O mesmo se pode dizer de António Cardoso ou de António Jacinto”, afirmou e bem Agualusa.

Porque o visado já não está no reino dos vivos, Artur Queiroz entende que “a cobardia aqui assume a di­mensão de um assassinato de carácter o que faz de Agualusa uma figura com todos os predicados para entrar na minha lista pes­soal dos leprosos morais”.

Na lista dos “leprosos mo­rais” se, como tanto deseja Queiroz e os seus donos, não for possível enquadrá­-lo num outro qualquer 27 de Maio, entenda-se.

Dado o contributo para que Artur Queiroz reedi­te, como o fez em 2008 junto do Departamento de Investigação e Ac­ção Penal de Lisboa (12ª Secção - Inquérito n.º 3945/08.6TDLSB-1202), as suas queixas, mas, mais do que isso, recolha mais alguns cobres junto dos chefes de posto, res­ta dizer que se o valor do José Eduardo Agualusa se medisse pelo nível (seja intelectual, profissional, humano, cultural ou qual­quer outro) dos seus ini­migos, o Artur Queiroz amesquinhava-o de uma ponta à outra.

Dá, aliás, um certo gozo recordar que Lula da Sil­va, o político considera­do pelo chefe de Artur Queiroz, José Eduardo dos Santos, como uma referência, entregou no dia 26 de Novembro de 2009 a Ordem do Mérito Cultural a… José Eduardo Agualusa e a Mia Couto.

Noutro contexto, consta que numa das suas no­bres missões de jornalista cronicamente candidato a candidato ao Prémio Pulit­zer, Artur Queiroz visitou uma das milhares e milha­res de escolas que o regi­me diz ter construído por todo o país e que, com a autorização da professora, explicou aos alunos o que era ser do MPLA. Feita essa erudita explicação, pediu que levantassem a mão todos aqueles que fossem simpatizantes do partido.

Depois de tão queirosia­na explicação, todos os alunos levantaram a mão, excepto um menino que estava sentado no fundo da sala.

Perante a surpresa, des­de logo porque todos os angolanos são, ou deviam ser, do MPLA, Queiroz perguntou a razão pela qual o puto não levanta­ra, como era sua obriga­ção, a mão. A resposta foi clara: “Porque não sou do MPLA”.

Algo de estranho se estava a passar. Quando indaga­do sobre as suas simpatias políticas, o aluno não teve dúvidas em dizer que era simpatizante da UNITA. E explicou as razões: “A minha mãe é da UNITA, o meu pai é da UNITA, o meu irmão é da UNITA, por isso eu também sou da UNITA”.

Então era isso! Puxando dos seus galões, o perito dos peritos do jornalismo angolano disse: “Tu não tens que ser da UNITA como os teus pais. Por exemplo, se a tua mãe fos­se mentirosa, o teu irmão um ladrão e o teu pai um corrupto, o que é que tu serias?”

“- Nesse caso, respon­deu o puto, aí eu seria do MPLA!”

Na foto: A. Queiroz já chamou JES e pares de pretos matumbos e de liderarem um socialismo de sanzala, hoje pelos dólares diz o contrário.

2 comentários:

Camilo disse...

Lembro-me muitíssimo bem deste... Queiroz...

Leandro disse...

O Queiroz foi fundador e jornalista do Pasquim PAGiNA UM em Portugal... Um nojo de jornal que era a voz da USP e outra extrema esquerda sanguinária

Mais lidas da semana