Orlando Castro - Folha
8 , edição
1146 de 15 junho 2013
Um tal Artur
Orlando Teixeira Queiroz, sipaio às ordens dos chefes de posto do regime,
resolveu mais uma vez – mesmo atirando a pedra e escondendo a pata – utilizar
o “Jornal de Angola” para os seus delírios de falso jornalista e duvidoso angolano.
Basta ler o
primeiro parágrafo (ler tudo não só é indigesto como é putrefacto) da suposta
prosa erudita gerada nas sargetas de Luanda para, de imediato, se perceber que
o sipaio de serviço, ontem do regime colonial e hoje do regime angolano, é um
mercenário ao serviço de quem mais pagar.
O MPLA pagou e a
UNITA não. E, por isso, ele aí está de cavalo-marinho na mão a fustigar todos
os que não alinham com o seu chefe de posto.
“Um tal Agualusa,
falso escritor e duvidoso angolano, disse à agência Lusa que depois dos últimos
livros que escreveu teve que “abrir a janela e respirar um pouco de ar”. Como o
compreendemos! Se ler as suas garatujas é uma tortura, imaginamos o estado
deplorável em que ficam os seus pés, quando acaba de alinhar palavras por sons
e por sílabas”, escreveu o exímio – citando o Semanário Angolense -
“asqueroso”, “víbora” e “fubeiro”.
Para que não fiquem
dúvidas, tanto ao sipaio como aos chefes de posto, comparar José Eduardo Agualusa
com Artur Queiroz, seja no que for, é como comparar um violino feito com latas
de sardinha, ainda por cima enferrujadas, a um Stradivarius.
Artur Queiroz, um
suposto intelectual mas certamente um andrógino (“Que ou quem não tem
características marcadamente femininas nem marcadamente masculinas, ou tem
características consideradas do sexo oposto”) que sempre esteve do lado dos
mais fortes, ou que assim pareciam, continua a sua senda a favor dos que, hoje
como ontem, mais lhe pagam. Pagaram-lhe e ele descobriu que o holocausto do 27
de Maio não passou de uma “revolta de racistas” onde terão morrido (se calhar
um dias destes ainda aparece a dizer que ninguém morreu) meia dúzia de
facínoras.
Artur Queiroz já em
2008 se insurgiu num artigo também publicado no “Jornal de Angola” (onde mais
poderia ser?) contra o facto de Agualusa ter dito, embora sem referir nomes,
que há torturadores angolanos que são tratados em Portugal como grandes
escritores.
Embora saiba muito
bem a quem se referia Agualusa (Pepetela, por exemplo, participou no massacre
de 27 de Maio de 1977 e, quer se queira quer não, tão responsável é o que puxa
o gatilho como aquele que participa na farsa acusatória), Artur Queiroz
inferia – tal como agora reedita - que é legítimo “presumir que todos os
grandes escritores angolanos se dedicam à tortura”.
“Quando algum
leitor estiver na presença de um desses escritores vai pensar que está a ver
e ouvir um torturador”, dizia Artur Queiroz do alto da sua cátedra feita de
toneladas de sabujices. E tinha razão. Olhar para Pepetela é olhar – no mínimo
- para um torturador.
“O senhor José
Agualusa lançou um manto de calúnia sobre todos os seus confrades o que é
muito grave. Mas mais grave foi ter dado a bofetada e escondido a mão. Como
não nomeou os torturadores, ninguém pode defender-se de tão grave acusação. No
tempo em que os animais não falavam, isto era cobardia. E um cobarde vale
tanto como os seus gestos repugnantes”, escouceava então Artur Queiroz para
justificar o prato de lentilhas, tal como hoje grunhe para continuar a comer.
José Eduardo
Agualusa não escondeu a mão. Bastava a Artur Queiroz ler o que ele tem dito e
escrito e não apenas o que interessa aos chefes do posto que ele leia. Se há
meia dúzia de pessoas que têm dado o nome aos bois, Agualusa é uma delas,
mesmo que isso não agrade aos capatazes do sipaio (sem ofensa para estes) Artur
Queiroz.
Agualusa é um
exemplo de que se pode ser preso por ter cão e por não ter. Reproduzindo a encomenda,
Artur Queiroz não perde uma oportunidade para, quando dá jeito, voltar os
cascos para o alvo, dizendo que desta vez foi cometido um crime de lesa MPLA
por terem sido dados os nomes.
“Uma pessoa que
ache que o Agostinho Neto, por exemplo, foi um extraordinário poeta é porque
não conhece rigorosamente nada de poesia. Agostinho Neto foi um poeta medíocre.
O mesmo se pode dizer de António Cardoso ou de António Jacinto”, afirmou e bem
Agualusa.
Porque o visado já
não está no reino dos vivos, Artur Queiroz entende que “a cobardia aqui assume
a dimensão de um assassinato de carácter o que faz de Agualusa uma figura com
todos os predicados para entrar na minha lista pessoal dos leprosos morais”.
Na lista dos
“leprosos morais” se, como tanto deseja Queiroz e os seus donos, não for
possível enquadrá-lo num outro qualquer 27 de Maio, entenda-se.
Dado o contributo
para que Artur Queiroz reedite, como o fez em 2008 junto do Departamento de
Investigação e Acção Penal de Lisboa (12ª Secção - Inquérito n.º 3945/08.6TDLSB-1202),
as suas queixas, mas, mais do que isso, recolha mais alguns cobres junto dos
chefes de posto, resta dizer que se o valor do José Eduardo Agualusa se
medisse pelo nível (seja intelectual, profissional, humano, cultural ou qualquer
outro) dos seus inimigos, o Artur Queiroz amesquinhava-o de uma ponta à outra.
Dá, aliás, um certo
gozo recordar que Lula da Silva, o político considerado pelo chefe de Artur
Queiroz, José Eduardo dos Santos, como uma referência, entregou no dia 26 de
Novembro de 2009 a Ordem do Mérito Cultural a… José Eduardo Agualusa e a Mia
Couto.
Noutro contexto,
consta que numa das suas nobres missões de jornalista cronicamente candidato a
candidato ao Prémio Pulitzer, Artur Queiroz visitou uma das milhares e milhares
de escolas que o regime diz ter construído por todo o país e que, com a
autorização da professora, explicou aos alunos o que era ser do MPLA. Feita
essa erudita explicação, pediu que levantassem a mão todos aqueles que fossem
simpatizantes do partido.
Depois de tão
queirosiana explicação, todos os alunos levantaram a mão, excepto um menino
que estava sentado no fundo da sala.
Perante a surpresa,
desde logo porque todos os angolanos são, ou deviam ser, do MPLA, Queiroz
perguntou a razão pela qual o puto não levantara, como era sua obrigação, a
mão. A resposta foi clara: “Porque não sou do MPLA”.
Algo de estranho se
estava a passar. Quando indagado sobre as suas simpatias políticas, o aluno
não teve dúvidas em dizer que era simpatizante da UNITA. E explicou as razões:
“A minha mãe é da UNITA, o meu pai é da UNITA, o meu irmão é da UNITA, por isso
eu também sou da UNITA”.
Então era isso!
Puxando dos seus galões, o perito dos peritos do jornalismo angolano disse: “Tu
não tens que ser da UNITA como os teus pais. Por exemplo, se a tua mãe fosse
mentirosa, o teu irmão um ladrão e o teu pai um corrupto, o que é que tu
serias?”
“- Nesse caso,
respondeu o puto, aí eu seria do MPLA!”
Na foto: A. Queiroz
já chamou JES e pares de pretos matumbos e de liderarem um socialismo de
sanzala, hoje pelos dólares diz o contrário.
2 comentários:
Lembro-me muitíssimo bem deste... Queiroz...
O Queiroz foi fundador e jornalista do Pasquim PAGiNA UM em Portugal... Um nojo de jornal que era a voz da USP e outra extrema esquerda sanguinária
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